30 de mar. de 2011

INTERVIEW




Movia-me cavilosamente entre o verso e o anverso de uma folha de papel amassada feito bola.


Viajante?

Com Ulisses o grego Simbad o marujo Homero o mero Kadafi o muezim Hugo o chaves Obama o ladem Kirchner o cozinheiro Bin o bush embusteiro Li Ju a jujubeta Lula o cefalópode Kenji o jigoleta Machado o rameiro José o carpinteiro Jesus o pregoeiro.

Quais direções?

Norte sul leste oeste onde a chupeta fosse o terço de cinquenta.

Onde?

Boulevard Bonfim Berlin Benfica Betin Buritizal.

Repouso?

Um filó para impedir as moscas nas partes desvestidas e vento de ventilador de repartição porque sua filantropia nunca chegou ao baixo ventre não dentro de casa me convertendo ao celibato coisa que a bondosa mãe sempre sonhara para o seu primogênito confessor da vizinha que não sabia comer e gostava da coisa al dente assim comia o molho depois da pasta depois esfregava sua gosmenta mata úmida nas fuças e a chamava de cadelinha e deixava suas nádegas vermelhas de palmadas ela urrava com sua boca entupida depois pedia que a amarrasse como o homem vitruviano de Leonardo da Vinci me xinga vadia eu dizia cadelaça depois ia ao dentista para que lhe limpasse os dentes e a candidíase bucal .

Movimento?

Colar os selos de uma carta escrita e reescrita a papai Noel pedindo o fim da discriminação oral anal nasal e um aspirador de caspas portátil para os seborreicos e uma macaca catadora de lêndeas e um tamanco para fazer em pé com pernaltas.

Postura?

Decúbito dorsal ligeiramente lateral para ela.

Porque?

Ela nunca tinha feito a coisa assim e creio que ela era piedosa apesar de tudo merecia o de melhor coisas fora da rotina e tinha passado a vida a pensar nos outros passei a pensar um pouco por ela e dar-lhe coisas boas e chegava a botar o Tango la Comparsita na vitrola ela só conhecia o Bolero de Ravel eu gostava do bolero mas o via muito mecânico o Tango permitia outros malabarismos.

A barata diz que tem\ sete saias de filó\ é mentira da barata\ ela tem é uma só.

A barata diz que tem\ sete saias de filó\ é mentira da barata\ ela tem é uma só.


Cantiga popular.



Vira e mexe a Miloca sai lá de onde estava e zanza. Eu falava com Joana Darque, assim de frente para ela sentada, já não me apaixono a tempos, nem sei se sei, então pousei primeiro as mãos sobre a mesa do bar, depois o antebraço, ela parece que fez o mesmo, fiz que não vi, mas por vezes as levantava, ajeitar uma meia, verificar um brinco, depois baixa só uma a outra ata o bíceps da uma, donde eu via um quatro. As minhas rastejavam imperceptíveis como uma centopeia, mas deixando espaço para que pudesse estender suas mãos e braços sobre a toalha quadriculada sem tocar as minhas. Esse toque deve ser fatal como uma linguada de sapo numa libélula despretensiosa. Quando por fim Joana Darque pousou suas mãos, estava todo prevenido, olhava para o copo de cerveja, para tirar peso e não demonstrar a avidez que a avizinhava. Quero mas não quero. Torno a repetir: quero mas não quero. Lá fora a rua deserta úmida ainda da chuvada passageira. Mas olhava a Joana para Joana, prestes a entrar em Joana por seus olhos negros, por sua boca, eu aprendi com o Ednilson que não se pede um beijo, se beija. E sua boca diria não, se perguntada, mas seus lábios entreabertos não queriam perguntas, queriam beijos. Mas havia as mãos, e subir o olhar do colo a boca sem quebrar o biscuit, mas depois do seu ombro vi vagar um vulto, era Miloca mudando de dimensão, não há vi, ouvi seu zuzo suave, não sei se Joana Darque viu o que eu não vi, ou só viu que via algo que me desconcentrou.

29 de mar. de 2011

Lágrima ou Olhos negros cruéis tentadores.


Me devora o tempo que ora para, ora acelera, fragmenta-se ou pega direções estranhas que não sei a qual universo vai dar: se vivo, se olvido ou lembranças... vejo e não vejo, mas sinto ver, e o que era deixa de ser e volta e teima ser, e não é. Ora, se retrato a rua realidade, mas... à cabeça cabeceiam coisas, outras: sombras e cavernas. Rumino o entardecer que neon ilumina com rodízio indigesto de limalhas perfurantes de músicas, digiro-as na lenta insônia, tripaperfuradoras a digerirem-me sonâmbulo, atado a anéis entrelaçados duma interminável corrente, que não se rompe, encadeado os vejo saltitantes, num jogo de faz e desfaz, indecifráveis.



Sempre que ouço este frevo rasgado de Moraes Moreira, choro.

Desta vez não chorei e saiu isso ai acima escrito.



Chão da praça.



Olhos negros cruéis tentador

das multidões sem cantor.



Eu era menino

menino

um beduíno

ouvido de mercador.

Lá no oriente

tem gente

de olhar de lança

na dança do meu amor.

Tem que dançar a dança que a nossa dor é que balança o chão da praça.

28 de mar. de 2011

amimais de estimação

Os sobrinhos queriam um animalzinho. Pesamos pós e contras. Eu não o queria, pois meu animalzinho de estimação sempre foi ostra fresca, pimenta do reino branca, limão e champanhe ou sidra. Tive a ideia de ler-lhes um poema de Manoel Bandeira. Eles toparam na hora: porquinhos-da-índia. Ela Capitu, ele Casmurro. Ouvimos dizer que se socializam melhor, quando lhes falamos. Inventamos uma língua. Acho ridículo usar o vernáculo. Assim Pedro dizia: Capitu! Du bist ço xoene xivaine mere, poverina, pur troppo. Capitu soltava um “esquinche”. Comia capim e fazia bolinhas iguais a pinóis, verdes. Tudo se desenvolveu: nossa língua, nossa amizade e nossas preocupações com a ninhada de filhotes. Mas Josefine, a siamesa da vizinha, levou-nos o vermelho e preto, depois a malhadinha, o todo branco, por fim Capitu, o último a ser levado, Casmurro, que deixou marcas de sangue no quintal de sua luta com a gata. Josefine ainda costuma assustar-me, caminhando sobre o telhado de casa. Às vezes me irrita com seus namoros demorados e barulhentos. Mas é só uma gata. e seu dono! Seu dono: só mais um idiota.

27 de mar. de 2011

produto|consumo

Do homem que sonhava algo que não existia - se não o vazio e a necessidade de criar - ao objeto que criou o homem-consumidor para si à sua imagem e semelhança.

23 de mar. de 2011

educação

Educação.
Educação é o atrito dialético das duas páginas de uma mesma folha. O verso é o educando, o rebento. O Educador, o anverso, que é o todo, ora vamos, inclusive o rebento. A alegria do mundo é que não podemos ensinar um brasileiro a ser japonês no Brasil e tampouco um japonês a ser Brasileiro, no Japão. Nem uma qualquer outra possibilidade das infinitas permutações possíveis, tão só possíveis como permutações, mais nada que isso. A educação no Brasil sempre foi a mesma, quer dizer, tinham valor: os doutores médicos, os doutores advogados, os doutores engenheiros e um que outro arquiteto que virou poeta. Os professores nunca tiveram grande importância social. Se nossos filhos são mal educados, falha a sociedade; a citar: os educandos, os pais, o professor formal, a merendeira, a faxineira e o pedreiro que apaga o cigarro na nádega alheia. Basta olharmos o que somos e questionar: quantos livros eu li, quantos livros há em minha casa, ou melhor, há mais televisores que livros, quantas horas meu filho me viu estudando etc. Que valores factuais foram transmitidos. Afinal os filhos imitam os pais, e têm a pachorra de ver e imitar dos progenitores o que mais estes temem, as omissões, os recalques, as desilusões e o armário. Ora vamos a prole é nossa imagem e semelhança. Estudar não é fácil. Pouquíssimos querem estudar – falo do universo brasileiro, não vale a exceção -. Não-estudar é o caminho entrópico, fácil – da desorganização - . Viver, requer organização – vencer o caminho entrópico da natureza, quer dizer a natureza toda caminha para a desordem - . Diga-se, invencível, todos morremos, a morte é a desordem total de todas as células. É uma sandice pensar que se pode delegar toda a formação, do insipiente ser, a outrem. Seria muito fácil. Apesar de tudo as crianças estão cada dia mais informadas, o que nada tem a ver com educação, pois educar carrega significados ranhosos, tais como civilizar, fazer cidadão, incutir a solidariedade ( que não temos). Solidariedade não é enviar algo a um ser em penúria circunstancial, solidariedade é uma bobagem, como parar antes da faixa para o pedestre cruzar a rua, e isso é diuturno, sempre, para o resto da vida. Os rebentos fazem seus discursos, o que mostra que a capacidade inata de aprendizagem não declinou ao longo do tempo, mas será que temos o que ensinar, ou será que temos que aprender.

13 de mar. de 2011

Roteiro para estudar Lógica.

Todos os cretenses são mentirosos.
Epimenedes.
Eubulide.
Eu estou mentindo.
Paradoxo. Nem verdade nem mentida.
A verdade então tem um problema.

Laercio.
O crocodilo prestes a comer o filho da crocodila.
Enquanto o come. Pergunta a mãe > se ela sabe o que ele fará
Ela diz que ele comerá seu filho.

Sócrates:
Estória do asno>
Platão diz o falso.
Sócrates diz o falso.

A frase seguinte é falsa.
A frase precedente é verdade.
No paradoxo do mentidor;
Non-senso.
A verdade é coisa evanescente.
Uso e menção
Io no sono vera. Uma confusão. Entre Linguagem e metalinguagem.
Mais valor de verdade.
A ponte de don quijote. Cervantes.
Só passam os que digam a verdade. Um homem disse duas frases uma falsa e uma verdadeira. E Sancho disse para passar a parte do homem que disse a verdade.

Greelling.
Adjetivo que se diz de si mesmo.
Curto:
Longo é hierológico como adjetivo

Goedel.
Tarsky
Ebefrenia fixação na linguagem

Va tomar no cu.
Paranoia.
Fixação na metalinguagem.
Obedecer. Desobedeça.
Mensogna e o escopo da arte.

Não é possível falar da verdade na metalinguagem, ela dentro dela mesma.
Cage> não há nada a dizer e estou dizendo.
O silencio não existe.
LE GAMB E DE ACHILE;
PARADOXO DO MOVIMENTO.
NÃO SE PODE PARTIR.
Non si può partire.
Non si puo essere in viaggio.
O cinematografo é a encarnação do paradoxo de Zenon.
O movimento é ilusão
NÃO SE PODE CHEGAR.
Non si puo arrivare.
1\2 1\4 1\8 1\16...=1.

Problema.
Física: tem a assumpção interna da divisibilidade do espaço.
Logica: regresso ao infinito.
Soluções.
Rifiuto, refutação do infinito..

Asceticismo.
Perroni, Agripino, sexto empírico.
Problema:
Nada se pode provar.
Nada se pode definir.
Baseando-se numa hipótese, teremos que ter uma hipótese anterior até o infinito.
Que coisa é o amor. Há de defini-lo com palavras, e as palavras com outras palavras.
S.
Soluções.
Axioma. Coisas que não se demonstra.
Noção primitiva. Coisas que não se define.
Teologia.
Aristóteles.
Avicena.
Tomas de Aquino.
A noção de deus.
Ente necessário
Ente perfeito
Primo motore.
Causa primeira. A causalidade.
Fim ultimo.
Solução do paradoxo de Zenon
1\2 + 1\4 + 1\8 + ...+ 1\n = 1 série.
Laurence Sterne. Tristan shandy.


Lewis Carroll.
Cio che la tartaruga disse ad aachile.

Non é possível racionar.
Joshua royce. Um mapa a dentro do mapa haverá um ponto do território. Ponto fixo.
Franz Kafka. Diante de infinitos problemas.
Mensagem do imperador.
Borges. Metempsicose da tartaruga, a morte e a bússola.
Maurits escher. Sempre piu piccolo. Limite do quadrado.

Antes houve o nariz de Pinóquio.

Aula quatro. Teatro do absurdo
Pitágoras.
Acusmatici uditori
Mate(aprender)matici aprendisti.
Harmônico oitavo o martelo pesava duas vezes. 2:1
Quinta 3:2
Quarta 4:3
Musica, matemática e física.
Credo pitagórico. Tutto è numero razionale.
Tudo é número racional.
É o senho tangível de algo invisível.
Logos=ratio=rapporto.
Em principio era a razão.
Rapporto=matemática-pensiero-linguaggio. São indissolúveis.
Pitagorismo. Ciência , musica, matemática.
Ciência de Platão timeo mundo constituído de objeto, triângulos, esferas, quadrados.
Cosmogonia
Kepler
Harmonia do mundo, terza legge,
Distancia ao quadrado e o cubo do te
mpo.
Witten
Teoria da stringhe.
Teorema de Pitágoras
Irracionalidade da diagonal do quadrado.
Se m²=2n²
Allora lesonene de 2 é
Parin nella decomposições de m²
Dispari nela decomposi
Absurdo.



Ideias acadêmicas.
Filosofia = matemática.
Didática
Republica, leis
Aritmética, geometria,
Ética (fliebo, Protágoras) essência do comportamento,
A tecnologia traz a linguagem da matemática.
O senso da proporção, justa medida. O meio justo.
Medida, mais e menos, maior e menor. Saber como comportar-se.
Física timeo,
A natureza é geométrica.
Os sólidos platônicos, cubo, tetraedro, octaedro, dodecaedro, icosaedro.
Euclides constrói a sinfonia da geometria.
Água é um corpo de fogo e duas de ar.
Icosaedro é um tetraedro e dois octaedro.
Aritmética.
Menon raiz quadrada.
Teeteto, raiz arbitraria.
Leis fatoriais.
Duplicar a área do quadrado a partir do triangulo.
Teeteto
A raiz de um numero inteiro que não seja um quadrado é irracional.
Leis. 5x6x7x8
5040= 1x2x3x4x5xx6x7
2ª4
Logica.
Cratilo teeteto sofista e republica.
Negação
Contra Parmenides.
Não contradição, impossível negar e afirmar ao mesmo tempo.
Contra os sofistas.
Definição de verdade.
Dire di cio che é, che è
Dire di cio che non è, che è.
Sujeito e predicado
Senso e significado
Nome e coisa.
Identidade principio
Origem do mundo.
Cada coisa é igual a si mesma.
Dialética Albero de Porfirio
Forma normal disjuntiva das proposições. Divisão dicotômica.
Teoria da ideia. Forma.
Unidade e multiplicidade.
Objetos constituídos de partes. Objetos que únicos constituídos de coisas múltiplas.
Que coisas são os triângulos.
O triangulo é a ideia do triangulo.
O triangulo real é a projeção do triangulo abstrato da ideia do triangulo.
Errori.
Se lamina temperante é buona
La annima non temperante é cativa.


Aula 4.
Uma metafisica do liceu
Quando se fala de lógica fala Aristóteles.
Estudou vinte anos com Platão na Academia.
Foi professor de Alexandre Magno.
Cultura com direito de potencia.
Metafisica que veio que havia diferente da física. Depois da física.

Axioma do ser.
Duas propriedades elementares do ser
De um lado Heraclito. O mundo descontinuo.
O mundo é em cambio.
Parmênides. O mundo é estático.
Principio de não contradição
Non (a e non-a). uma propriedade não pode ser a sua negação.
O principio do terceiro escluido.
A o non –A ou é verdade ou falsa não havendo a terceira hipótese.

Organon
Categorias: sujeito, predicado atômico. Não há complemento.
Interpretação: proposições compostas.
Analítico: argumento.
Tópico; dialética
Confutazioni sofistica
a
.
Estoicos.
Stoa
Carneade
Critalao
Diógenes.
Zenon de cipro. Stoà poikile pórtico dipinto. Fundador da stoa.
Crisippo di soli. Sensa crisipo non ci sarebbe stata la stoa.
Estoicos romanos. Sêneca, marco Aurélio.
Nero. Teve Sêneca como preceptor.
Andar contra a própria natureza no sentido de autocontrole.
Fontes.
Sexto empírico contra os matemáticos.
Concepções da logica
Aristóteles propedêutico da ciência precedente organon, instrumento.
Crisippo; era autônoma da ciência.
Divisões da logica de crisippo
Semiótica enunciado significado
Sintaxe juízo senso
Semântica proposição significado

Semiótica.
Variáveis proporcionais ; p , q, ...
Conectivos não, e, ou, se então .
Sintaxe.
Formula, axioma, regra de dedução.
Regras.
Modus ponens
Contraposições.
Reduções do absurdo.
Se chove saio com guarda-chuva.
Consequência mirabilis.
Platão. Qualquer coisa é absoluto
Aristóteles. Qualquer coisa de verdade.
Crisippo qualquer coisa é demonstrável.
Semiótica.
Definições verdade. Funcionais dos conetivos verdade e falso.
Negação verdade se o negado falso.
Negação é falsa se o negado e verdadeiro.
Conjunção
Conjunção verdade se todas as conjunções é verdade
Conjunção falsa se

Ou.
Disjunção é falsa se todas as disjunções são falsas.
Disjunção é verdadeira se ao menos um disjuntivo é verdadeiro.

Implicação.
Implicação falsa se hipótese verdadeira e conclusão falsa.
Implicação verdadeira se hipótese falsa ou conclusão verdadeira.

Teorema di completeza.
Os axiomas e as regras sintáticas são suficientes para derivar todas e só a verdade semântica.




Intermédio. Interregno.
Escolástica.
Abelardo.
Pietro hispano
Ockham
Mostrar através da razão a teologia, com natureza natural, logica, física.
Abelardo. Capire per credere.
Crer passa pela razão.
Anselmo creio para entender.
Sic et non Abelardo , cosi e non cosi.
Método da questão.
Pietro hispano,
Summulae logicales.
Ochkam summa totius logicae. Rasoio de ockham.
Direto a conclusão. Filosofia positivista. Limitar ao cerne da questão.
Propriedades do termo.
Leibniz
Língua filosófica o característica universais. Língua do computador.
c
Cálculos

Panlogismo. Tudo é lógica
Verdade caraterística demonstração
Da razão necessária finita
De fato contingente infinita.
Verdade de razoes.
Verdade em tudo no mundo possível.
Verdade de fato
Verdade no mundo contingente.



Um inglese calcolatore.
Um inglês calculador.
Precursores da logica moderna
Aristóteles silogismo
De uma premissa maior um
Crisippo. Logica proporcional, não, e, ou, se então.
Leibniz característica universal uma língua universal,
Calculo: traduzir tudo em uma equação, reduzir à matemática.


Boole.
A analise matemática da logica.
A lei do pensamento.
Exotérico
Esotérico.
Álgebra booleana
Interpretação algébrica da logica.
Valores de verdade.
V=1
F=0
Jesus:
Eu sou a verdade.
Pilatos: coisa é a verdade. Jesus não podia responder.
Aritmética binaria, i Xing 600 a.C. já fazia a aritmética binaria.
Motivo astrológico. Trigramas. Metáfora do bem o mal in yang. Linha inteira e linha partida.
Zero e um são números fundamentais.
Leibniz. Negação = subtração
1-1=0
1-0=1
Conjunção=produto. V, e,

1x1=1 v e v = v
1x0=0x1=0x0=0 v e f= f e v= f e f = f;
Descoberta.
Fazer as quatro operações com 0 e 1
Tal álgebra booleana é instrumento universal.
Logica.
Proposições. Crisippo.
Também a silogística de Aristóteles.
Podem ser descritos pela álgebra booleana, fazendo de ambas a mesma analise. Duas maneiras de ver a mesma coisa.
Matemática.
Probabilidade. Tentativa de capturar matematicamente quais as leis da probabilidade.
Teologia. Prova cosmológica.
Engenharia, circuito eletrônico.
Mc culloch. Átomo finito.
Rede neural.
Limitação a álgebra booleana non va oltre la




Um tedesco sensato e (in)significante.
Frege. 1848-1925
Paradoxo de Russel.
Ideografia.
Linguagem em forma de pensamento puro. A logica.
Fundamento da aritmética.
Principio da aritmética.
Passi oltre, passi avanti i greci e boole.
Relações.
E quantificador.
Aristóteles sujeito e predicado
Frege Relações, sujeitos, complementos, predicativos.
Quantificadores.
Aristóteles
Tudo,
Qualcuno,
Nessuno.
Redução da aritematica a logica.
Kant. A aritmética é sintética a priori.
A aritmética é analítica. *redundando _a priori.
Cantor e dedekind.
Reduziram da analise
Numero reais = sucessão infinita de inteiras.
V2= 1,4142.
Pi= 3,1415...
Definição de logica dos números
0 insieme vuoto
1 insieme che contiene l insieme vuoto
Princípios da aritimetica.
Teoria ingênua dos insiemi.
Extensionalidade.
Due insieme sono iguale se hanno gli stessi elementi.
Compreensão
Ogni proprieta di insieme determina um insieme.
Paradosso di Russell.
L-insieme degli insiemi non appartangono a se stessi é contradittorio.
Insieme vuoto
Operazioni su insiemne
Insieme infinito

Insiem inaccesibile
Grandi cardinali

Gôdel nenhuma lista é exaustiva.



Nobeluomo paradosasale.

Bertrand Russel.

L insieme dglei insieme non appartengono a se stessi è contraddittorio,
um novo vestido para o paradoxo do mentidor.
Matemática =logica.
A ideia de reduzir toda a matemática a lógica.
Como se pode dizer de uma coisa que não existe.
O rei de França é calvo.
Sendo que não havia rei na França.
Níveis de linguagem; teoria do tipo logico.
Introduziona ala filosofia dela matemática.
Piu tosto ormai


Wittgenstein
Estudou com Hitler por um ano. Buscavam a solução final.
Tractatus

Cio che si puo dire si puo dire in ter parole.
Mondo = pensiero=linguaggio.
O que pensamos através da lingugem é o mundo.
Linguagem = logica proposicional.
Atomismo logico.
Formas atômicas
Conectivos.
Aproccio semântico:
Tavole di verità
Tautologia uma ideia que sempre é verdade.
Post
Teorema di completeza
Non tutto cio che si puo mostrare, si puo anche dire.
Dentro da linguagem não se pode dizer da estrutura da linguagem.
Su cio di cui non si puo parlar, bisogna tacere.
Due epifanie
Ordini
Gesti
Ricerche filosofiche
Il progresso appare sempre piu grande di quello che è.
Non sistono linguaggi universal, né parti privilegiate.

Significado = uso.



Questão de forma.
O núcleo da lógica.
Hilbert. Fundamentos.
Da geometria.
Da logica matemática.
Da matemática.
Da física.
Faz a aplicação da logica.
Física.
Relatividade.
Equação de campo. Estudo da gravitação. Invariante diante ponto de observação.

Mecânica quântica.

Meta-geometria.
Completude.
Independência.
Consistência.
Euclides.


Quinto axioma


.
A intuição ao poder.
Construtivismo.
Essere = essere fatti.
Construção com régua e compasso.
Perfeição da reta e do circulo.

Solução dos problemas.
Duplicação do quadrado.
Construção do pentágono.
Bissecção do ângulo.
Quadratura da luneta.
Problemas insolúveis.
Duplicação do cubo.
Construção do heptágono
Trissecção do ângulo.
Quadratura do circulo.
Soluções com raiz, radicais.
Credo solo a cio che vedo. Com lochio de la mente.
Refutação
Terceiro escluido. Principio da não contradição ou v ou f.
Dupla negação
Existe cio che c´e
Existe o que há.
Existe cio che puo esserci.
Existe o que pode ser.
Existe aquilo que construímos .

Godel.
Modelo intuicionista da logica clássica.
Se a matemática clássica é inconsistente também é a intuitiva.

Mica tanto
Teoria de plenitude\ incompletude\consistência\ intuicionismo
Positivismo lógico. Neo positivismo
Io sono la verita.
Che cos´è la verita.

Definição de veridade.
Sofista vero.

Dire di cio che é che é.
Diere di cio che non é che non é
Falso.

Dire di cio che e che non e
Dire di cio che non é che é .

Isomorfismo o que passa na linguagem passa no mundo.
“La neve é bianca” se e sole se la neve e bianca.
Aristoteles. Metafisica.
Crisippo
Verdade na logica proposicional.
Negação sera verdade se o negado falso.
Negação e falsa se o negado é verdade.
Conjunção
Conjunção é verdade se todo o conjunto é verdade.
Conjunçao é falsa se ao menos uma conjunção é falsa.
Disjunção falsa se todas as disjunções são falsa.
Disjunção é verdadeira se ao menos uma disjunção é verdade.

Implicação.
Implicação F se Hipotese V e Conclusao F
Implicação V se hipótese falsa o conclusão V.
Para cada x, a(x)
Se e somente se
Para cada x a(x)

Distinção linguagem \ metalinguagem

Definível no metalinguagem
Formas atômicas.

Enigma da informática.
Turing. 42 anos.
Maquina de turing.
Que coisa é possível calcular mecanicamente.
Cio che puo calcolare um computer.
Paradoxo do mentiroso.
Não se pode fazer auto referencia. Não se pode falar de verdade dentro da proposição.

10 de mar. de 2011

POLUÇÃO.

Tudo começou a partir daquele sonho. Esquecido. Não! Não posso dizer esquecido, pois não houve registros, senão ao despertar a sensação de brisa marinha, ondas quebrando e um grito de gaivota. Ao mesmo tempo que pela janela aberta ouvia o lento despertar dos pardais, maritacas, tizius e a crepitar, o oceânico canavial vizinho, rente, assíduo; alardeando calor. Dias seguidos desfrutei daquele enternecimento reproduzido, que aos poucos se desanimava e de súbito inventou um rosto. Não era um rosto, mas a indicação de sua possibilidade, que sequer um esboço permitia. Podia que fosse uma cara cunhada, mas não encaixava um césar com a tiara de folhas de louro em manhãs tão iodadas, com enseadas preguiçosas no abandono de ondas quebrando. Aquilo era paixão. Paixão pelo rosto que haveria de encontrar, criar. Busquei-o na realidade das ruas, ônibus, facebookes e por fim à memória. Nesta quis interferir com minha preferência, mas a danada me negou e dele não tenho traço de lembrança. Insisti: é morena clara como a Miloca cujo rosto não trago mais comigo. Mas fui lhe dando cabelos castanhos que ondeavam moderando o rosto falto, olhos negros e certos que arrebentavam, lábios grossos numa boca grande suportada por dois vincos em forma de parêntesis. Um dia de tanto insistir, encontrei a Miloca no facebook, mas não era a Miloca, ou não queria que fosse daquela Miloca os grossos lábios que me comiam quando a fome foi minha. Peregrinei por todos os desvãos das buscas insensatas e por fim na segunda-feira de carnaval acabei beijado pela Fernanda Torres. Confesso que fiquei envergonhado, olhava-a cabisbaixo e ela meteu-me a cabeça entre mãos espalmadas e todo aquele aparato sensual avançou sobre mim... a coisa se reproduziu nos últimos dias, assim que tenho que ir dormir, logo.

9 de mar. de 2011

Tiririca. Um alento.

Não me causou espanto a eleição do palhaço a deputado. O que pensei e comentei no momento, não me lembro, mas sinto que o defendi junto com sua eleição, preguiçosamente com isso: do leite sai a nata. Pode-se discutir a dialética disso, não será o caso. A escolha do deputado palhaço para a Comissão de Educação e Cultura não modifica o anterior.

O espanto é uma técnica de narrativa, ela quer causar um choque no leitor para tirá-lo de uma inércia e pô-lo noutra, sem juízo de valor. O voto em Tiririca é de vanguarda, quer alertar, espantar ou prevenir. Por isso “alento” segue à gramínea nomeada. Poderia lançar-me numa retórica conturbada dizendo que a educação formal que temos é fruto, ao menos projetado, das “elites” educadoras na União, Estados e Municípios. PT e PSDB nos educam há 18 anos via UNIÃO (com os dois de Itamar) outros tantos de PSDB em São Paulo. Quem tiver paciência tente somar os projetos educacionais criados, concursados, comprados, encomendados e instaurados nesta pauliceia, desde Franco Montoro. A tal ponto cíclico e vicioso que Alckmin derruba Alkmin se falarmos de projetos educacionais.

Não vislumbro qualquer melhora, nem pioramento, com a efetiva ou representativa participação de Tiririca na tal Comissão. O que enxergo é o ocaso de nosso parlamento e com ele seus tripulantes palhaços, trapezistas e mulheres barbadas. O meu alento é presenciar a retirada, via eleição, de determinados arquétipos do seio da sociedade civil. Talvez melhore a expressão da TV aberta. Se tenho uma proposta ela dirá que é necessário aumentar o número de cadeiras no congresso nacional, pois só assim diminuiremos a incompetência na sociedade civil, fato duvidoso pois Tiririca é criatura e não criador.

Pode parecer maluquice, talvez seja a intenção subjacente, mas que dizer da significativa concentração de poder que se tem aposto ao Poder Judiciário, nomeadamente ao STF, aonde junta-se uma busca incessante e incansável do STJ pela isonomia. Se disser: As súmulas vinculantes e outras modalidades legislam. Esperem o voto minerval do Ministro Fux no caso “Ficha Limpa”, e vejo com indiferença a qualidade do voto, mas com apreensão o quantitativo, e em tantos outros casos, nem tão-somente os de omissão de nosso Grande Circo Legislativo onde há toda sorte de espetáculos e todos deprimentes. Incomodar! Incomoda, não isso, sim o fato dessa falação ser em si catártica.

8 de mar. de 2011

Carnaval salsicha, donde: Salsichaval!

Ando a trabalhar com Carlos, peruano, um craque dos sabores. Aprendi com ele a fazer ceviche de tilápia. Carlos quando soube que outros dias fiz de trotamundo, perguntou-me, quê de mais raro havia comido, pois em seu país comem grilo grelhado, eu disse: salsicha para cachorro quente da sadia. Para ser econômico uso a tautologia: uns gostam dos olhos outros do humor viscoso e amarelado – remela - . A ignorância é uma riqueza, e a tautologia é uma das formas imitativas que esta se nos apresenta. A salsicha é um mito. Mito é tudo aquilo que não era natural e uma vez encampado pelo sistema em que vivemos, torna-se tão natural quanto ele e o olho-d'agua da Serra da Canastra,  que é para onde muita gente vai, por “ódio” à Momo. Pronto. Juntei salsicha e carnaval sem nenhuns artifícios não naturais à coesão textual. A tautologia é usada quando quer se impedir a querela, por absoluta falta de alcance, da mesma forma que o mito. Assim não discutimos a salsicha, pela interposição do tal gosto, sendo próprio do outro, não nos cabe meter a colher. O mesmo se dá com mito. São mitos: Nero botando fogo em Roma, Hitler caçando Judeus, a camada de ozônio, a captura de carbono, a emissão de poluentes, a falta d´água no futuro, o fumante passivo, caminhar uma hora por dia, a salsicha alemã, o amor universal, a cordialidade brasileira, carnaval a festa popular, a feijoada, enfim tudo aquilo que em uma mesa bem cultivada cala profundamente, por questões quadradas, e unilateral ( coisa, objeto de existência impossível dentro da geometria tridimensional) por politicamente correto, este o golpe final do mito.
 Gosto do carnaval.
Gosto de carnaval. Ainda que tenha me abstido nos últimos cinco.
 Assim como da salsicha digo: não sei nem quero saber, digo do carnaval. Eu não sei o que é hoje o carnaval, talvez nos anos setenta e oitenta diria: circo. Mas ao dizer circo, crio um mito esquerdo, e os mitos esquerdos jamais se naturalizam. De outro modo, de circo e de ópera é feito o mundo, não cabendo chamar uma parcela de todos os dias circenses de dias de circo, por criar duplicidade.

Desde Alceu Valença ….Mas eu não quero viver cruzando os braços\Nem ser cristo na tela de um cinema\Nem ser pasto de feras numa arena\Nesse circo eu prefiro ser palhaço... é que sei dessa impossibilidade física.


Assim, sem discutir a salsicha que a cada dia é piorada, ainda que possa parecer impossibilidade inerente a extrema tristeza da coisa em si, pode-se estender ao carnaval o mesmo olhar crítico, não o faço, por ausente. Ausentando-me torno-o, ao menos para mim, coisa, coisa abstrata, naturalizo-o e deste modo “natural” mitifico-o. Ao passo que participante sou carne, carne de carnaval, salsicha.

No blog do Zé Gabriel ZéGabriel que expande esse universo, onde encontro incerto conforto, uma cama de punhais de prata que não deixará dormir o mexilhão.



Alceu valença . em Punhal de Prata disco Vivo

3 de mar. de 2011

Tal nata tal leite.

É uma teoria singela segundo a qual o leite é responsável pela nata e não a nata pelo leite. Quer dizer se há um leite para boa nata, esta tão-só pode ser boa. De leite ruim não obtemos nata que preste. Certo é que a vaquinha faz o leite a partir do capim que come. Daí que ruim o capim, ruim a vaca, o leite e a nata. Claro que se pode fazer analogias, mas convém que descansemos um pouco delas. É chegada a hora de cuidar da febre aftosa, pois todos queremos a nata, o queijo, a manteiga e o leite integral. Mas não há leite integral se parte foi para as outras coisas e coisas são dados\fatos concretos de uma realidade. Realidade! Qualquer realidade! A realidade é uma leitura parcial da abstração de um todo jamais conhecido, pois o todo não é feito de partes. Não das partições quais necessitamos para entendê-lo, podemos entender os pedaços, mas não o todo pelos pedaços, cujos somados não o integralizam. Inacessível é o todo. Tangível é a vaca. Bebível é o leite.

1 de mar. de 2011

Café e Cigarro.

...fugia da Itália, um fracasso amoroso e laboral. Na ferroviária milanesa havia enchido minha garrafa térmica de café e provido de cigarros. Trazia a mala cheia de roupas sujas, quando não amarrotadas, eu mesmo também, cabelos desgrenhados. O trem noturno cruzava a Suíça. Despertei quando o trem saiu do túnel, este podia ter seu início na noite anterior, mas seria só poesia, fui despertado primeiro pelo fiscal, um suíço, ora, sim com bigodes. Pediu-me o passaporte chamando-me: senhor. Olhava-me e conferia-me em minha foto, reiteradamente, quase vício cinematográfico, da década de 70. Constrangeu-me ao mirar minha equipagem. “ O senhor vai trabalhar na Alemanha, sim!” afirmou ironicamente esperando minha negativa e eu atento à paisagem colossal rente ao vidro da janela embaciada, a poli-la com punhos de pulôver. “ O senhor tem ideia melhor? Indaguei-lhe com a salvaguarda de não ter os lábios finos. Ele fechou o passaporte, mas já ia a rir, sem derisão. Isso levou-me a ascender o cigarro antes de tomar o café. Ele sentou-se diante de mim e lhe ofereci cigarro. Ele exclamou: Oh! Galoise sem filtro! Muito bom. Quer café ? Eu. Oh! Café! Ele. E conversamos; café nós, cigarros nós, mulatas ele, Rio ele, Pelé ele, canivete-suiço eu, caipirinha ele, café nós e cigarros nós, contas secretas eu, cigarro eu e cigarro ele, fumaça nós e montanha com neve a Suíça... esquecer de conferir a minha passagem ele, e na primeira estação depois da fronteira desceu. A porta se abriu e um senhor que não sabia se entrava e se livrava do impermeável ou faria isso antes, e ao mesmo tempo olhava para o signo gastado acima da porta e pensou ter visto “não fumadores”, quando era “fumadores”, e assim metade dentro do impermeável, metade dentro da cabine, um olho no logotipo, um olho na fumaça ziguezagueante do meu galoise disse-me: senhor não se pode fumar neste vagão. Levantei-me e logo que ele desobstruiu a porta e sem sair-me, todo, fixei-me no letreiro e disse-lhe: senhor, raucher. Das ist gut! Exclamou ele. Também sinto, então, fumemos. Disse eu e ele aceitou café e cigarro. E fomos e falamos e fumamos, café que se acabava, até que chegou a fiscal do tramo e pediu-nos o bilhete. O dele devolveu lho a mim disse que faltava que pagasse um complemento, que meu bilhete era de segunda classe e o trem de primeira, mas só cobraria o tramo alemão afinal o senhor pode ter pago à companhia suíça a parte suíça do suplemento, ou qualquer outra possibilidade e eu trabalho para a alemã.

28 de fev. de 2011

Tabaco.

Era uma manhã em meio uma nuvem de moscardos, quando seu avô paterno lhe ofereceu um cigarro de palha para afugentá-los. A troca de sorrisos. O frou-frou das folhas do berinjelal. O silêncio. O menino pensou na proibição reiterada. Mareara! O avô se tirou do lábio inferior um fiapo de tabaco antes de falar. - Não tenha medo - disse sossegadamente. Na segunda tragada o mareio decresceu em intensidade, e ai pode plasmar melhor o prazer; tecer o que encerraria as razões poéticas da quietude, do segredo e do sigilo do avô. Se sentia desenvolvido, o câmbio pelo rito e de ritos e dogmas como seus próprios e excepcionais pensamentos; um misterioso processo estelar. - A vacuidade aguarda certamente a todos que urdem mistificações – disse o avô. Ele pensava em desarmes, não exatamente em ameaças ou chibatadas que são coisas das hostes dos Santos Saudáveis. A sombra do chapéu, o sol em contra o impediam de ver no avô os olhos azuis, os via de memória. As lâminas de tabaco soltas na palma da mão, o lento esboroar dos mesmos dedos que ligam e as enrolam na palha, uma flama e a fumaça iluminava aquele rincão. A cara esquálida, debaixo do chapéu, do menino se agitou e escapou autêntico ou uma versão autêntica, se vestiu de noivo, compadre, véu, flores-de-laranjeira, de lideres desaparecidos, de traidores, nunca selvagemente, acercou-se do mar, da orla, pisou na areia molhada, viu seus pés, lentamente, afundarem na terra palpitante, viu o cadáver inchado de um cão-sem-dono cheio de vermes. O fez que vi. O juro. Mas não sei se aqui.

27 de fev. de 2011

Por que não deste um raio, brando, ao teu viver?

Aproveitando um bloqueio deixo um poema do baiano Pedro Kilkerry musicado por Augusto de Campos e Cid Campos em Poesia é risco.


Agora sabes que sou verme.
Agora, sei da tua luz.
Se não notei minha epiderme...
É, nunca estrela eu te supus
Mas, se cantar pudesse um verme,
Eu cantaria a tua luz!

E eras assim... Por que não deste
Um raio, brando, ao teu viver?
Não te lembrava. Azul-celeste
O céu, talvez, não pôde ser...
Mas, ora! Enfim, por que não deste
Somente um raio ao teu viver?

Olho, examino-me a epiderme,
Olho e não vejo a tua luz!
Vamos que sou, talvez, um verme...
Estrela nunca eu te supus!
Olho, examino-me a epiderme...
Ceguei! ceguei da tua luz?





CIDADE CITY CITÉ

atrocaducapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubri

mendimultipliorganiperiodiplastipubliraparecipro
rustisagasimplitenaveloveravivaunivora
cidade
city
cité

augusto de campos







25 de fev. de 2011

Vontade política.

O mundo pode estar a desabar que Vicente Golfeto evoca o mallarmismo, mas podia ser a estupidez laplaciana para dizer: o movimento é binômio vetorial; sugerido pela sucumbência concorrente e livre no espaço euclidiano, entre objeto que fricciona-se com o meio que sofre a ação. Daí ser o movimento: o que resulta da reação do atrito que impede a ação atritiva que impulsiona. Já na Grécia dos homens pensantes montados em homens-cavalinhos, como o Prudêncio brascubano, sob as colunatas da Stoá praticavam austeridades inamovíveis. Zenão era econômico – todos somos economista, outros são palpiteiros - Ah! Zenão era tão econômico que deixou poucos seguidores. Seguidor é o mesmo que discípulo, que é o mesmo que sectário, é mosca na lesma lerda e por último é mimetização, que vem do grego mimetes – com carinho - já tiromante veio do grego turós queijo + mante, prever o futuro usando um queijo. É carnaval.

24 de fev. de 2011

Aforismo: Morrer é circunscrever tempo e espaço em nossa insignificância.

É certa a universalidade do tempo, sua distributividade democrática, sua ubiquidade. O tempo está em continua expansão, é a sua fraqueza. Sem conseguir montar o silogismo necessário, só me resta avançar e dizer que junto com o espaço são as únicas matérias, a não pertencer ao regime de escassez do nosso mundo. Outra qualidade da dupla é a indexação de um em outro. O tempo por não escasso, deveria nos corresponder infinitude. Acontece que capturamos um braço do tempo. Este braço capturado que não se reintegra ao corpo universal do tempo é um esgarçamento. Tal acontecimento é um confinamento. Confinamento de um em outro. Com o confinamento, espaço e tempo, deixam de se expandirem. A ponto de deixarem de existir. O que explica a morte. Espaço ou tempo quando universal pode em sua dilatação dobrar-se sobre si,o que explicaria esse déjà vu.

22 de fev. de 2011

Juízo final ou a eternidade da morte.

Laura está dentro do vitral, melhor dito, na própria luz que o vara. A luz a faz fugir de si e dos próprios olhos luzes. Qualquer modo, esse, seus olhos luzes lhe fazem cegar. Então cerra os olhos e há luz. Responde a uma pergunta não feita. Tartamudeia: sim, sou o que sou. A luz por fim: leitosa, mais tépida que aguda. Está dentro do copo-de-leite cheio de leite a não permitir levantar a cabeça e abrir os olhos, por não haver cabeça nem olhos senão a ideia do leitoso branco, dentro dos olhos, sendo os próprios olhos lácteos. Nem silêncio ou ruídos. Nem luz. Laura não ouve o juíz, se defenderia, nem o pensamento existe, a dar voz ao juíz, ou defesa; apenas a névoa, e por toda parte, nem sabe se alguma pergunta, nuta lentamente, entre um século e outro, bafeja o cristal antes baço, sim o fim, um sopro. Os séculos estacionam, amontoam, perturbam-se entre uma não-pergunta e não esta. A luz no lento abrumar,se descobre do chapéu, gentil e demoradamente,recomenda. Saúda malandramente. Imêmore enleio de séculos. Nunca completamente nem no fundo do mar o dado naufraga o azar.

21 de fev. de 2011

Meu livro.

Há tempos passeio a veleidade de escrever um conto longo. Uma novela. Criei a personagem principal. Dei-lhe ares positivista e iluminista. Decidi que sua tragédia não é ser priápico, tampouco a alteridade, mas ao fim e ao cabo penisca.
Sua industria é desumana, e a executa com fervor patológico e ao final morre, para não nos matar a todos. Mas antes nos dará muitas dores de barriga e principalmente prisão de ventre.
O problema estava em como começar. Estritamente: Aquelas cinco ou dez linhas iniciais.
Há pessoas que me sugestionam e só depois me dou conta. Borges encontrava em Don Quijote um desses começos inesquecíveis:

En un lugar de la Mancha, de cuyo nombre no quiero acordarme, no ha mucho tiempo que vivía un hidalgo de los de lanza en astillero, adarga antigua, rocín flaco y galgo corredor. Una olla de algo más vaca que carnero, salpicón las más noches, duelos y quebrantos los sábados, lentejas los viernes, algún palomino de añadidura los domingos, consumían las tres partes...

Sendo facilmente influenciável gostava de construir um começo digno. Assim a cada dia me punha diante da tela a pensar e de repente estava lá eu a fazer rasta na sobrancelha. Até que resolvi plagiar Machado de Assis e criar um narrador rumiando coisas do passado, retomadas pela memória que não mente e nem falseia, mas esquece, a bem do leitor, e não é que o cara fica sentado diante da tela branca do BrOffice tirando ouro do nariz!

19 de fev. de 2011

Bullying.

Até onde o estado deve ser mediador das relações sociais ?
O menos possível! Gloso. O neoliberalismo quer o estado mínimo na economia, no mercado e que este próprio se regule. Aparentemente há regulação de “alto nível” no mercado mobiliário, cujos participantes sugerem resoluções de controle, é dizer: autocontrole, tentativa de minimizar vantagens indevidas devidas à desinformação do incauto, infrações fora deste âmbito, desta zona cinzenta, nebulosa; o estado usa o poder de polícia. Há também algo no mundo dos bancos, futebol e outros esportes.
O bullying numa de suas modalidades é a rejeição como atitude. Rejeita-se manifesta e explicitamente. Gosto. Pois, partir da declaração e da ciência pode-se discutir a questão.
Moisés baixou do monte dizendo que deus ordenou que nos amassemos. Nos odiamos e líder amado é líder deposto ou morto, e morte é uma chancela que cancela muitos vícios do cidadão enquanto vivo. O rejeitado pode e deve rever posições e comportamentos, para ser amado ainda em vida.
Não podemos sair de um momento histórico onde o estado era detentor de prerrogativas exorbitantes (absolutismo) para o tempo dos direitos e prerrogativas exorbitantes do cidadão (democracismo, judiciarismo) à custa dos outros cidadãos, quer dizer, poder pode, espero não ver ninguém ser julgado por botar apelido no outro. Polícia e tribunal custa uma dinheirama.
Borná, dizíamos a um menino filho de um sitiante que sempre levava à professora Terezinha um embornal cheiinho de frutas. É borná ê! É borná ê! Eramos crianças.

18 de fev. de 2011

Bento Santiago: por óbvio é casmurro.

Bento Santiago metido consigo, por meio de: deus é poeta, satanás é maestro e Shakespeare um plagiador. Bento Santiago é um plagiador do plágio e quis ser Otelo. Deixa\faz morrer a amada para ter\ser imortal o seu amor, pois o “objeto” é uma atrapalhação que enreda.

17 de fev. de 2011

Bento Santiago é feminino.

Não, não é mulher, nem tentativa de ser, imitação de, transmutação, metempsicose, transmigração etc é feminino.

...A divisão que foi sempre uma das operações difíceis para mim...

Sua lente de ver o mundo é a lente feminina. Tampouco tem mente feminina. É feminino. À imagem da mãe e suas referências. Um exemplo: O rapazito quer ir à Bahia. A mãe diz que não têm dinheiro nem para chegar a Belo Horizonte. O pai os leva à Bahia, estende a viagem ao Recife com chances de chegar a Fortaleza, estoura o cartão no último dia, dá um cheque descoberto, cobri-lo-á “assim que” chegar de volta, caso consiga o dinheiro. O filho volta estupefacto, louco para uma nova viagem. Caso fosse com a mãe a Belo Horizonte. Dormiria num grande hotel, tomaria café da manhã a cada dia, almoçaria, jantaria e iria para a cama de banho tomado e dentes escovados e: ...a Barra do Sahy é muito mais...
Bento Santiago tem essa referência e não sabe esquecer, esquecer de esquecer-se de lembrar. Bento Santiago não se lhe esquece ou escapa as meias ou as cintas ligas da autóctone afrancesada, que cai e levanta-se presta com a “manha” de ocultar prováveis arranhões no joelho e segue em seu tique, tique, tique, tique...

Bento Santiago quer confessar-se, e para usar uma parole inusitada cita Montaigne: ce ne sont pas mes gestes que j’escris, c’est moi, c’est mon essence... diz-se que a essência é o conjunto do resumo do bem e do mal encarnado, isso é um saco de ossos de um desencarnado e com as falanges se embaralham os escafoides, enfim, não diz da bondade de si, senão que dá a bengala a um cego que perdeu o bordão e perde o trem... Voilà mes gestes, voilà mon essence...

15 de fev. de 2011

Bento Satiago vive só.

Bento Santiago vive só. Viver só é diferente de viver na solidão. Só é tão-só sozinho. A solidão é povoada, é demografia fantasmal orgiástica. Bento Santiago está e vive só, pois somente assim é possível a certeza. Certeza do caminho, certeza que assim lhe queriam; só. O amor é incerto. As declinações do latim são uma obrigação, além de certas.
Bento Santiago não julga e por desnecessidade: não perdoa, não culpa, apenas resigna-se, sem se entregar a própria condição humana. Bento Santiago só quer saber, é o seu vício pequeno burguês.(Poder do conhecimento: O sujeito sabe, a coisa, objeto são meras implicações do poder-saber. Michel Foucault) Bento Santiago é civilizado ( em antagonismo a bárbaros, entregues à paixão - aqui vale repisar Foucault: não há relação de poder entre indivíduos livres - assim no "bárbaro" o poder não se perpetua, só no "civilizado" se estabelece a priori a relação de poder), reservado versus transbordado, no cerne de uma família que rubra diante dos superlativos( empáfia de quasiescravo) de José Dias ( fóssil vivo da escravidão), assim como faz Bento Santiago não ver sentido “reservado, civilizado, burguês” no simples canapé quando ocupado por homem e mulher. Gustav von Aschenbach, homem civilizado reservado, ao experimentar essa “entrega à paixão” ( Morte em Veneza) enlouquece. Bento Santiago nem chegou a experimentar, fugiu, para que talvez amar seja dividir,coisa deveras inútil numa sociedade que encontrou sua expressão, mais superlativa, na propriedade.


Se quiser saber o que é paixão leia:clicando
Zé Gabriel

14 de fev. de 2011

Bento Santiago é quântico.

O Princípio da Incerteza de Heinsenberg diz que o instrumento de medir o observável interfere no valor desta. Fóton e elétron se equivalem. Sendo fóton instrumento, elétron o observável. Para saber a posição perde-se informação da velocidade. Bento Santiago se dá conta que a razão não é medida para o sentimento e este é por assim dizer desrazoado por excelência. Mas tampouco se pode medir sentimento com sentimento, ainda que se possa fazer equivalência, mas é só equivalência entre sentimentos coisa que não se atinge desde um arrazoado que é o cânone conjugado possível, porém impreciso. Bento Santiago cogita que entrou na vida por duas portas, ao perceber que sabia latim a ponto orgiástico e era um analfabeto respeito ao amor. Onda ou partícula. Duas vidas e a mesma.

13 de fev. de 2011

Bento Santiago é intangível.

Bento Santiago é intangível se não compreendermos a infância de Machado de Assis. Para mim a infância machadiana é Machado cronista, aonde ensaiava o cômico-fantástico ou sério-cômico também dita sátira menipeia (seu iniciador foi Luciano de Samósata, filósofo cínico nascido na província romana da Síria e que viveu entre 125-181 d.C.), que influenciou Erasmo de Roterdam com “Elogio da loucura”; Rabelais com “Pantagruel”; Swift com “Viagens de Gulliver”; Voltaire com “Micrômegas”; Quevedo com “O Gatuno”, Joyce com “Ulisses” etc.) segundo Enylton de Sá-Rego. Machado foi ainda um dos poucos ficcionistas - pós-romanticos - brasileiros que leu Schopenhauer – que o compreendeu foi o único -.
Bento Santiago é mestre satírico, no bonde com o poeta, bebendo Chianti e licores com um tenor sem voz, com o agregado José Dias - um caju chupado - “eloquência a altura da piedade”
...”—Não, Bentinho, disse ele- basta um alopata; em todas as escolas se morre. Demais, foram idéias da mocidade, que o tempo levou; converto-me à fé de meus pais. A alopatia é o catolicismo da medicina...”

10 de fev. de 2011

Bento Santiago disse: há muita metafisica em: a vida é uma ópera.

Bento Santiago come bem e não dorme mal, horta, jardina e lê, de memória tem a recordação doce e feiticeira. Quase escreveu alguma aridez, mas em busca de inquietas sombras... Teve muitas tardes como aquela de novembro de 1857, melhores ou piores mas não inesquecíveis como. Marcolino diz que a terra é o teatro construído por Deus para executar a ópera criada por Satanás, não foi demolido ainda por alguma utilidade astronômica. Demasiada metafísica, mas aceitável uma vez que os filósofos na maioria das vezes “somos” frustrados jogadores de futebol. Bento e Marcolino esvaziavam Chiantis e de seguida licores e louvam aos deuses, e pedem que as fumaças dos humores humanos lhes cheguem às narinas. Talvez seja uma falha de suavidade. Mas Bufalo Bill atira para matar. Não falha. Ou sera Billy the Kid o infame!
Tem graça...
Graça? Bradou ele com fúria. Eu não acho graça.

9 de fev. de 2011

Bento Santiago. Falocêntrico.

Tragédia falocêntrica por universal!

Bento Santiago quer viver sua vida como se toda essa vida fosse uma narrativa, mas falha na vida, ou melhor falha a narrativa, ainda melhor, a vida que narra é um desvio da narrativa que se propõe como guia da vida. Assim Bento Santiago falha ao narrar o vivido, falhando como narrador. E a esta falha nos designa a emendá-la. Roberto DaMatta diz de nós: o sujeito é a relação; e dos protestantes: o sujeito é o sujeito. Por isso entre nós o feminino é o ente mediador, já que funcionalmente é elo do que somos - relação- e seguindo e seguindo dá em mediadora em mediatriz e então meretriz do interno: o corpo, o sentimento, a casa e o externo: a multidão, a cidade, etc. Assim no centro da tragédia de Bento Santiago a cisão daquilo que o liga ao exterior, o deixa tão perplexo como diante do primeiro beijo. Bentinho fazia verdadeiras orgias com latim e nada sabia de amor. Daí que no primeiro beijo de Bentinho, Bento Santiago antevê que seu elo com o exterior, não se ligava ao sentimento universal(Bento), Capitu não renunciará dos benefícios ao alcance da mão. Assim Capitu é harmonia, além do bem e do mal, ademais de alheia à universalidade coisa por pressuposição: burguesa (coisa vitoriana)(falocêntrica). Para tanto cumprimos nosso papel ao tentar preencher a lacuna (proposital ou não da narrativa de Bento Santiago).

8 de fev. de 2011

Bento Santiago. A ópera que é palha e aço! Palhaço.

Bento a respeito do sabor póstumo das glórias interinas, queria saber o que fere e o que cura( difere, indiferente, oferece, prefere, defere, diferenças, transfere, féretro etc) buscou nos livros e nas próprias traças que roem os livros, mas estas não sabem o quê roem, sabem que roem, sem amor ou ódio. Esse roer e esse silêncio sobre o roer, é possivelmente roer o roído. Assim que a menina roía e não comia às colheradas, cingia-lhe barcos de papel até outra borda. Por ela, Bento escreve e toca aos compiladores e aos ouvidos de um que se detém e, este o imobilizará na eternidade desapiedada: o instante.

7 de fev. de 2011

Bento Santiago.

Bento Santiago está bem. Deu umas cochiladas no trem por óbvias sensaborias poéticas. Sem querer emendá-las está inclinado a preocupar-se com a eternidade e sua pendularidade e descarada falta de interesse para com a duração de felicidades e suplícios. Deixa assim claro que a eternidade é pendular. Intangível, imaginar o que é isso, de tal modo escapou a Dante. Sabe que as odes, os dramas e todas as obras de arte já existem e já feitas, a razão é a metafísica. Santiago crê que Ezequiel está impossibilitado de pousar. Qualquer coisa: as mãos, os pés, os olhos, ele todo enfim, mas cogita.

6 de fev. de 2011

Homenote.

Vira e mexe aparece um Home-note. Para mim home-note é a nota que homenageia um homem. Não precisa ser macho. Só homem, humano. Elas sempre dizem bem do indivíduo. Até ai nada, neres de neres. Hoje li a homenote de um que deu e dá a vida pelo ambiente. Olho para os lados e não ouço mais o tiziu. O tiziu pousava no pendão da braqueara e fazia ti ti ti tiziu e dava um, digo um pulinho. Pois bem o tiziu, sumiu. Os bigodinhos estão nas gaiolas. Eu me deparo com a seguinte equação: o que os automóveis e outros escapes dos ambientalistas lançam no ambiente, poluem mais que a bizantina Alagoas. Ninguém fez nada pelas maritacas e elas invadiram estas paragens. As maritacas são os ratos do ar, fazem um barulho infernal, paradinhas são bonitinhas até engraçadas: verdes, qualquer coisa de vermelho e amarelo. Mas enfim houve aquele que deu a vida aos pobres, e parece que pobres brotam do nada, deve de ser por culpa do J. Serra e seu ácido desoxirribonucleico genérico, afinal tanta gente boa no mundo, todos preocupados com o outro. É a quintessência do paradoxo. Um espanto! Diria Bertolt Brecht. Para que a prefeitura tem que gastar a maior grana, não com os animais presos, mas com os administradores do Bosque, a administração consome o que era das feras. É o que se diz: o que é do homem os lobos não comem. As empresas com os caras mais criativos, altos salários, departamento jurídico, economistas ilibados, adm. formados em Havard, leram MacLuhan, John Cage, a Arte da Guerra – Estratégia militar – de Sun Tzu, tumba, créu, quemquédinheiro etc. A gente escolhe os nossos melhores representantes e todos falam em gestão transparente, de pessoas, compartilhada, inclusiva e o maldito ônibus, créu, tumba, quemquédinheiro, trash etc. Todos somos “a favor” da vida, da ávida dádiva, ou da diva grávida da dívida. Nenhuns que caibam na palma espalmada da mão - nega dá a mão, nega – estão em justaposição contrária. Digamos ou dignemo-nos a dizer: eu odeio o outro. E ai então fazer tudo ao contrário. Espero o sinal dar o verde. Paradinho no amarelo. Obsequio os melhores conhecimentos e técnicas aos meus afazeres, mas sumo pontífice, eu odeio a todos. Mas procuro a melhor palavra, uma que não puída para por, botar na frase. Faço de tudo para não fazer uma colocação. Eu não coloco. Digo: posso dizer o que penso, se me permite. Eu até gosto de alguma MPB, mas não toco para não atrapalhar alguém que goste de outra música, um silêncio de mil compassos. Meu celular não toca, vibra, certo é que vibra forte nas poucas vezes, como os corintianos. Ah! Já sei, vou construir um pousa bondades, bem no jardim de casa, vou copiar a arquitetura do Julio Cortazar; se bem que ele construiu um pousa tigres. Penso que dará ao mesmo, afinal os tigres e os bondades não existem desse lado do oceano. Sumo sacerdote! dá para acreditar numa sociedade que tem como livro de cabeceira a Arte da Guerra! Cazzo! Pur troppo não há ciò... bizarro! Bò! Cerco di capire ciò che ci circonda, migliorare...ecco!. E eu lia Lao Tsé, Tao te king, pau é no ring, jonnie mete bronha é comigo, se não tem birinight...no bar eu castigo, vamu num forfet meu bem, pra happy end é só dá pá nós no trem. Bob ê! Bob ê! Iu's the king! Mas eu li também Niccolò Machiavelli, é uma sabedoria intestinal, rameira, mas o danado daquele livro fora impresso com supostos comentários de Bonaparte o tio, tipo: o que importa são os interesses, não os direitos. Bruto o Napoleão, fácil dizer isso, as cabeças já estavam todas dentro do cesto, e a guilhotina era só uma peça para museu.

5 de fev. de 2011

Fora Mubarak. مبارك لا لخدمة الشعب المصري.

وردا علي سؤال حول المحادثات التي أجراها مع الإدارة الأمريكية بشأن انتقال السلطة‏,‏ قال سليمان‏-‏ في مقابلة خاصة أجراها مع شبكة‏'‏ إيه بي سي‏'‏ الأمريكية أذاعتها أمس الجمعة‏-‏ إن‏'‏ المكالمة كانت مع وزيرة الخارجية الأمريكية هيلاري كلينتون‏,‏ وناقشنا هذا الأمر ولكنها لم تطلب أن يتنحي الرئيس مبارك الآن‏..‏ولكني أبلغتها أن هناك عملية تجري وفي نهايتها سيغادر الرئيس‏'.‏



praça tahir egito video




وأشار إلي أن جزءا صغيرا فقط من الشعب المصري يرغبون في رحيل الرئيس مبارك علي الفور‏..‏وقال‏'‏ هناك عدد قليل من الأشخاص يطالبون بذلك‏..‏وهذا أمر ضد ثقافتنا‏.‏ نحن نحترم رئيسنا ونحترم أبانا ونحترم الشخص الذي يعمل لصالح بلده كما عمل مبارك‏'.‏
وردا علي الاتهام بتجاهل مطالب المتظاهرين‏,‏ قال نائب رئيس الجمهورية إن خطاب الرئيس مبارك يوم الثلاثاء الماضي كان محاولة للرد بشكل إيجابي علي مطالبهم‏.‏
وأضاف‏'‏ أن هذا الشيء الوحيد الذي يمكن أن نقدمه لأن الوقت محدود‏..‏ نحن لدينا‏210‏ أيام فقط حتي الانتخابات الرئاسية‏.‏ ولا يمكن أن نفعل أكثر من ذلك‏.‏ سنعمل علي إصلاح الدستور الذي سيستغرق أكثر من ثلاثة أشهر‏'.‏
وبسؤاله هل شعر بأن الولايات المتحدة الأمريكية خانت رئيسه‏-‏ قال السيد عمر سليمان إن‏'‏ ما أسمعه من أوباما هو أنه يدعم الشعب المصري‏..‏الرئيس أوباما أبلغ رئيسنا بأنه رجل شجاع‏'.‏
وفيما يتعلق باندلاع مظاهرات مماثلة في تونس أدت إلي فرار رئيسها‏'‏ زين العابدين بن علي‏'‏ وعائلته الي خارج البلاد‏,‏ تعهد سليمان بأن هذا الأمر لن يحدث في مصر‏,‏ مشيرا إلي أن الرئيس مبارك ليس لديه نية لمغادرة بلاده‏.‏
وقال‏'‏ إن مصر لن تكون مثل تونس بأي شكل من الأشكال‏..‏ إن الأمر مختلف‏..‏ إن رئيسنا مقاتل‏..‏عاش علي أرض مصر وسيموت علي هذه الأرض‏'.‏
وبسؤاله ما إذا كانت مصر ستظل تدعم اتفاقية السلام مع إسرائيل‏,‏ قال نائب رئيس الجمهورية السيد عمر سليمان‏'‏ نعم ستكون هناك اتفاقية سلام‏..‏وسنحافظ عليها بشدة ولن ننتهكها أبدا‏'.‏
وحول مهاجمة المتظاهرين المؤيدين للرئيس مبارك للمتظاهرين المناوئين للحكومة‏,‏ قال سليمان‏'‏ إنه من السييء أن نري هذا الأمر لأننا لم نر مثل ذلك من قبل‏..‏من الناحية العاطفية فإنهم توجهوا إلي الشوارع للتعبير عن مشاعرهم لرئيسهم‏..‏ولم نعرف لماذا اتجهوا إلي ميدان التحرير‏'..‏وأضاف أنه يعتقد بأن المتظاهرين من مجتمعنا‏,‏ وليسوا أجانب‏,‏ ولكن من المؤكد أن هؤلاء الأشخاص مدعومون من أجانب‏.‏
ونفي مقتل أي شخص سواء كان متظاهرا أو غيره ببندقية أو قناصة‏,‏ لافتا إلي أن المجموعة المؤيدة للرئيس مبارك تصرفت علي نحو جيد‏.‏
وأضاف‏'‏ نحن نعتذر للشباب‏,‏ لكن في الوقت نفسه يجب علينا أن نعرف من يقف وراء هذا الأمر بالضبط‏'.‏وأكد مجددا ما قاله مسئولو الجيش المصري في التليفزيون المحلي منذ عدة أيام بأن الحكومة لن تستخدم الجيش ضد شعبها حتي في هذه اللحظات العصيبة‏.‏
وقال نائب رئيس الجمهورية‏'‏ إننا لن نستخدم العنف ضدهم ونطالبهم بالعودة إلي منازلهم‏,‏ ولكن لن ندفعهم للعودة إليها‏'.‏
وأشار إلي‏'‏ أنه في بلد تعتمد علي السياحة مثل مصر‏,‏ فإن هذه الاحتجاجات تضر بشدة بالشعب المصري واقتصاد البلد‏',‏ مقدرا أن نحو مليون سائح غادروا القاهرة منذ اندلاع المظاهرات في الخامس والعشرين من شهر يناير الماضي‏.‏
وقال سليمان‏'‏ شعبنا يرغب في التعبير للأشخاص المتواجدين في ميدان التحرير بأننا الآن بلا عمل‏..‏آمل في

4 de fev. de 2011

SOFISMADO DE LADINO.

Não me diga que ando engambelando...Já vi muitas nuvens, mas a primeira vez que me senti gasturado foi ao deparar-me com a palavra “dialética”. Confesso que inveja minha foi de uns que não esbarravam com palavra, feia que fosse. Contrário de ficar com ódio do texto gastei o dedo, linha a linha, o que não bastou. Busquei outras fontes. Até que um dia vagabundeando pelo centro entrei na livraria Hedonê e bimbiblim: Dialética da Natureza de Engels. Devorei. Confesso, fiquei mais ignorante que antes, nem a mais mindinha ideia, vi que isso não me desentortava. Segui campeando e quando já me libertava daquele escuro dialético, vi surgir de sobrevento, desfraldando outros desprevenimentos, flanando sua bandeira na ponta do pau a palavra conjectura. Caído e calado agradeci a fineza, busquei repouso ao coração, bebi café, fumei cigarro e rumiei guerras desconjuntadas sem saber que já conjecturava. Sabia fruto sem saber árvore, até que numa palestra do Florestan Fernandes fui colher conjecturas verdes do pé de conjuntura, todos riram. Rissem pensei silencioso. Então era isso, conjeturei: conjuntura ideológica. Agudo temi, que súcia de homens! Estúrdio! Mas cada dia a gente aprende. Criaturas tão ruins nas inocências da maldade. Comecei a entender que tinha uma arma na mão, mas não sabia de que lado saía o chumbo, nem a vida é entendível. Espiava, é só, começos. Segui dando o comer às minhas miudezas e à mais frágil, alegria, um milho além. Ri bovinamente.

3 de fev. de 2011

Gourmets, Sibaritas: gourmandises. A cebola.

lágrima de cebola


A sorte das nações depende do modo que se alimentam. Brillat-Savarim .




A cebola é Kierkegaardiana, um ser em várias camadas, que ao ser desvelado capa por capa, sempre nos mostra menos, até o próprio lugar nenhum, onde a profundidade é sinônimo de vacuidade, nada. Tinha um amigo que não lhe gostava a cebola, repetia isso a cada encontro gastro enólico. Um dia me cansei dizendo enolicamente: quem é você para não gostar da cebola, ela é que pode gostar ou não de ti. Talvez o tenha dito mais; que a cebola ao menos faz chorar e ele melifluamente: minha mãe... mas não me lembro desta parte.
Há uma cena em Brazil o filme em que o protagonista viu seu amigo sumir em meio um redemoinho de folhas de jornais e no intento de localizá-lo naquele embrulho, separa desesperadamente folha por folha até chegar no mais absoluto nada.
A cebola pode ter seu ponto de partida na Ásia – Afeganistão - , passou pela Pérsia, Africa.. andou mundo. Faz chorar por exalar - ao ser cortada – ácido sulfínico que é volátil e instável, e o gás produto desta instabilidade em contato com a água dos olhos produz ácido sulfúrico, que é irritante, então choramos para diluir o ácido. Enfim a cebola é controversa.
Encontramos alguma variedade da allium cepa por aqui, menos do que se poderia, devido a monocultura subjacente. Eu gosto muito da cebola nacional para a salada.
cebola nacional

Tomate e cebola, azeite e sal. A cebola nacional é aquela mais oblonga, digo aquela, pois a maioria é produzida por aqui. Como dizia: oblonga e a sua camada mais externa nunca se seca por igual não sabe envelhecer, como a da argentina. Ela é excelente para a salada, por ser mais adocicada. Quando recém-colhida é mais tenra, é o momento ideal para desfrutar de todas suas qualidades, mas se pretender algum preciosismo de textura, vá a parte mais interna do bulbo. Como o caso é salada de cebola, esta merece um corte especial. Sempre a corto na longitude e em quatro, desmancho-a o menos possível. Uso uma flor de sal, sal marinho etc. Azeite - tenho um que se acaba – de azeitonas alberquinas, sua acidez muito baixa e a pouca força da azeitona é ideal para apreciar o vigor desta delicadeza.
cebola roxa
A cebola roxa é globosa e é algo mais picante e menos doce que a cebola branca nacional. É uma alternativa para saladas que carecem um pouco de cor. É fantástica para refogados e quando se quer ganhar tonalidade para o molho final. Ao ser refogada perde sua cor. Uma maneira deliciosa de perpetrá-la é assada e depois cortada em lágrimas.
Outa possibilidade é a cebola globosa e dourada, que alguns dizem: argentina. cebola argentina
Tango puro. Altas concentrações de sulfínico. Eu não choro, por usar lentes de contato, creio. Gosto dela para fazer refogados. Se presta muito para o trabalho de cortar em cubinhos, sua formação não se desfaz facilmente, permitindo cortes mais amiudados. Coisa que se poderia conseguir com um ralador, mas que desde já se diga, não é a mesma coisa. Ao ralar danifica-se completamente suas células e fazendo-a verter mais liquido e por conseguinte gás, fazendo mais chorar, e pouco se prestando ao refogado, que vira uma papa.
Sua acidez, muito ajuda no cozimento de outros alimentos – amolece - . É um ingrediente fácil nos ceviches por esta razão, cozinhar o peixe.
Cortes.
Pode-se cortar na forma de lágrimas.
Em cubinhos mui pequenos, são chamados brunoises.
Em cubos um pouco maiores, são chamados mirepoix ( note que aqui o nome inicialmente é de um conjunto de ingredientes – base para cozidos em geral - que é formado por cebola, cenoura, aipo, toucinho etc, também se presta a dar nome ao corte.)
Em tirinhas do sentido longitudinal, são chamadas: a juliene, a juliana.
Ou ainda em rodelas grosseiras, grossas, finas e finíssimas.
O tamanho do corte é determinado pelo uso subsequente, tem finalidade. O brunoise tende a desaparecer dentro da preparação do prato, enquanto o mirepoix tanto pode permanecer visível – na sopa – como ser coado, apartado do que se tem de fato interesse o caldo, os sucos.
refogado

Existem tantos refogados quantos podem imaginar uma pessoa; que imagina mais coisas que as pobres coisas que existem. Eu já perpetrei um refogado por duas horas e trinta minutos. Tudo para fazer uma paella. Valeu a pena.




cebolinha de conserva assada embebida em balsâmico sobre gelatina quente de cassis, estágio ElBulli-Hotel-Sevilla

2 de fev. de 2011

Gourmets, sibaritas: gourmandises. A SALSINHA.

Salsinha.

Cuidado com a salsinha picadinha enfeitando seu prato. A salsinha quando fresquinha ajuda a “abrir o apetite”, agrega frescor ao prato e aromatiza. Se misturada à água onde se coloca a alcachofra que se está a lavar, preparar, impede a oxidação da flor. Ela deve ser cortada miudamente com esmero. Um grande instrumento para isso é uma faca bem amolada. Deve-se cortar e não esmagá-la. A meia lua é um ótimo esmagador – em geral “cego” - , tanto que o processo a salsinha deixa na tábua todo o seu sumo. Há os que espremem em um pano, o produto do esmagamento, na tentativa de tirar todo o suco que ainda resta, tentativa esta desesperada de deixá-la sem umidades, afim de impedir que “melem”, processo em geral inócuo e inútil, meia hora depois a salsinha está a cheirar coco de porquinho-da-índia, malgrado o chef insiste com o “toque final” a enfeitar o prato. Mais vale uma folha da salsinha bem escolhida.




por exemplo



Assim há duas definições importantes: cortar e esmagar, picar. Para cortar: faca amolada, para esmagar, faca cega batendo, fazendo barulho, com frequência maior que certos processadores de certas CPU. Cortar é importante, quanto mais silencioso o processo, mais eficaz. Esmagar, pilar, picar é também importantíssimo, por exemplo na hora de fazer um pesto genovês. Aliás, o pesto genovês só vale a pena se feito do modo mais próximo do original: pilão, mão-de-pilao, folhas de basilicão ( escaldadas), pinhõezinhos, azeite extravirgem, alho (branqueado) e um grande parmesão. Por hora atento à salsinha que enfeita o seu prato.

NOTA: ESTES CONSELHOS ESTÃO ENDEREÇADOS À SIBARITAS E GOURMETS. TODOs OS DEMAIS PODEM DEVEM CONTINUAR A FAZER COMO SEMPRE.

1 de fev. de 2011

Parmeggiana...

Primeira matéria.
Matéria-prima.

Os cremes de leite em embalagem tetra pak ganham sua consistência por ação das gomas (espessantes) que contêm: carragenato, guar, jatai e xantana. Há os que se resignam com uma goma, mas há os que as carregam todas. A xantana é um espessante que espessa até água. Muito usada para as famosas reduções de “aceto balsâmico” . Sem a presença da goma se poderia reduzir o vinagre até a consistência, textura desejada, devido a presença natural dos açucares do vinho de origem. Mas a coisa virou febre, então deu-se a famosa “criatividade”: as gomas. Se um dia for fazer um “Tirami su” e usar estes cremes de leite, falharás, pois não são matéria-prima que dizem ser, senão que produto acabado, e além de carregarem uma infinidade de produtos do tipo E-(núm)., e não serem creme feito do leite, não servem ao propósito do capricho culinário ao qual alguém se dedica.
Agências de segurança alimentar (Brasil e exterior) autorizam o consumo destas gomas dentro de um limite diário. Aparentemente não causam problemas para a saúde. Acontece porém que, como se pode comprovar, estão por todas as partes. No suco, mais espesso que o suco natural, na redução do balsâmico, do cabernet-sauvignon, em todos os caldos e temperos prontos com um plus de MSG ( glutamato monossódico - ajinomoto) , no hambúrguer, no caldo para feijão etc. Ah! Em algumas margarinas, cuidado que estragas o teu bolo.
O glutamato monossódico por via transversa está presente até
nos famosos parmegianas de nossa cidade, via caldo de galinha ou carne, ( usam para temperar!)(famosa cozinha Franco-italiana-cearense) ou diretamente no molho de tomates “para tirar a acidez” (italo-falsa-mineira). Não duvido que tenha se imiscuindo à pizza. O famoso “molho madeira” via shoyo, para escurecer a água do banho de algum pedaço de carne desprezado, e a famosa “água-benta” ou mingau ou maisena ou amido de milho.
O comensal faz cara de gourmet, força o sotaque: - Garçon, um filé ao madeira. Tumba. Água do banho, shoyo, maisena e o famigerado bissulfito de sódio que impregna o famoso champinhom. O “filé” está temperado com glutamato e algo misturado. Bom proveito.

31 de jan. de 2011

O GOSTO DO SENHOR BLOOM

moleja
...Lo que más le gustaba eran los riñones de cordero a la plancha que
le proporcionaban al paladar un delicado gustillo a orina tenuemente aromatizada.



Experimentei uma moleja. Sabe a noz. Saber é o verbo do paladar. Assim a moleja sabe a noz. O vinho sabe a frutas silvestres vermelhas com uma pitada de pimenta do reino e de fundo, quiças, tomilho. A moleja é uma glândula carnuda situada na parte inferior do pescoço de bovinos e suínos. A que eu comi era bovina. Sabia a noz. Não sei se sabia a noz. Receio que o garção tenha me sugestionado, ou outra pessoa qualquer. Temo pois não terei certeza que saiba a noz. Tenho procurado a moleja, mas os açougueiros não têm vaga ideia do que falo. A moleja é a tireoide. Ando tão estrangeiro que algumas manhãs tardo quarto de hora a saber onde estou. Confesso: há dias que só são possíveis depois de algumas lágrimas, pois jurava na vigília que dormia debaixo de um banco na praça Castro Alves, e como desjejum e banho havia um mergulho no Farol da Barra. Vendia umas pulseirinhas, por ali. Comia uns camarões secos com uma cerveja, e cruzava a baia direção à ilha de Itaparica. A sede de cerveja nascia no trajeto e morria no primeiro buteco da Boa Vista, junto com mexilhões-catados com tomate e coentro. Eu pedia para juntarem uma mica de leite de coco e uma gota de azeite de dendê.
Mexilhão sabe a mar. O mar é uma placenta estourada.

Parado ai no ponto?

Num ponto de ônibus da Av. Independência, uma publicidade municipal contra a dengue diz: 600 mil contra a dengue.”e você” Parado ai no ponto ? Pois é senhor publicista, se o sistema de mobilidade pública funcionasse, estaria em casa cuidando de minhas bromélias. Por bom humor ficaríamos nisso, mas em tal reclame há questões implícitas, subliminares ou subjacentes de grave teor discriminatório, senão vejamos: Primeiro dá a ideia que todos estão fazendo algo contra a dengue – risível - e a cidadã\cidadão que está ali parado no ponto, nada faz; e o “nada-faz” é em oposição aos demais que tudo fazem, como os que conduzem seus veículos pelas ruas da cidade, não estão ali parados e leem a tal apelo e concluem que a indivídua\o ali parado “que nem poste” é culpado\a pela dengue, ou seja a criatura espera o ônibus mais do que quer, mais do que é necessário em qualquer lugar civilizado, espera indignamente, sujeito às intempéries, ao destempero e despreparo das empresas concessionarias, e ainda leva a culpa da infestação. Como quem espera ônibus é pobre, a infestação se liga, indexa e se linka ao desgraçado. Que a sociedade civil tenha suas mazelas e esta estranha necessidade de nutrir alteridade em relação a negros e pobres: sentimento mazombo,é coisa déjà-vu, mas dum órgão ou ente público que paga a publicidade com dinheiro que saiu também do meu bolso... tratamento isonômico, meus senhores, por favor! A publicidade viola a constituição em : artigo terceiro inciso IV dignidade da pessoa humana; artigo quinto inciso X … inviolável a honra e imagem das pessoas, difusamente. Mandado de segurança.

29 de jan. de 2011

saudosismo.

Se o Pedro II anda ocioso, é porque a arte é ociosa. Há quem pense utilitária. Muitos. Utilitária. Mas a arte nada tem a ver com produção contínua e em poucas cores da cultura de massa. A grande arte, ao menos, não. Se nos é difícil discriminá-la em meio ao utilitarismo – arte-para-as-massas -; é um outro problema – talvez não consigamos nos distinguir em meio a tudo -. Convir se torna necessário, já que é impossível gostar de ópera uma vez por década, ou teatro, ou cinema, ou música clássica. Razão de sobra têm os que usam para outro fim um teatro de ópera, se para seu fim o Pedro II não opera. A obra arquitetônica tem fim como equipamento, por não ser arte, se tanto, teria fim em si como já o disse. A arte é artéria e não parte da carteira, de nada adiantará que apartes a Marte, a arte não reparte, nem se reparte como sorte em um carteado; então a arte pode dizer se quiser; desde que profundezas a vida surge.





Aqui vai meu momento de espanto no ano de 2007 em Sevilha.



eu





Hoje não sei o que dizer.
Há sempre um livro nestas páginas em branco, uma vida nesta cronologia sem espaço.
Sou um estranho neste jardim.
Rapazes e moças " Chefs" do ElBulli- Alqueria - por cinco meses. Neurocirurgiões operando o próprio Deus, Michelangelos descascando o mármore onde Davi se esconde.






aneis de polvo

Então mandam: espátula, sim;
faca, sim;
Coador chinoix, sim;
manteiga clarificada, sim;
redução de carne,sim;
prato para “empratar”, sim.
Andam de um lado para o outro carregando a certeza que irão decidir o futuro da vã humanidade.
Há a compenetração e a seriedade a tangerem o obtuso.
A ubiquidade: ser, prato e ingredientes -necessária - .
Mas a flauta é mais feliz que o flautista e a música se perde no vácuo dos ouvidos moucos.
Chego a achar que falta vida ao prato, uma fumacinha talvez - aquela fumaça quase protagonista nos filmes cults filmados em San Francisco e bairros pobres de N.Y. - que seja uma fumacinha subindo do filé, como sinal de vida, ou de vida vazando,que viver é vazar em..., algo além da obtusidade fulgurante do fenótipo "belo". E por pequeno que seja um dedal ele transbordará se uma cabeça de alfinete ai for vertida, por sua falta.
Asséptico, pasteurizado é este mundo privado de qualquer barroquismo, ainda que se permita um certo rococó da bisnaga com redução de balsâmico, ziguezagueando pelo prato, da erótica gota de caldo de carne, grossa como fosse uma musselina finíssima, colocada ali para que jamais termine de incidir sobre o fundo branco de um prato que em sua demasia é branco.

28 de jan. de 2011

Teatro Pedro II. A farsa.

Em latim amarelo e cariado o homem com um berrante a tiracolo troou: OoÕ chão preto, do palco do pedro segundo, introibo meu berrante ad altare dei, deixo os conservadores basbaques e o pseudo intelectual furibundo. Os prelados protetores das artes sacam suas espadas. Pequena farsa seu nome de imperador.
Ajoelhemos e perdoemos seus olhos cinzentos – (si bemol tenor) o prelado mor.
Não seja hiperbóreo. (lá maior) o homem do berrante.
Thalata! Thalata! Nossa doce mãe. (ré menor soprano) a cultura.
É o fim. (mi maior com sexta – baixo). O homem-evento com um sorriso ainda tolerante.
O homem do berrante apresentava os animais que chacoalhavam o sinete ao entrarem no palco, coberto de feno e estrumes das estrelas.
Boooi Zebu, vaaacamarela...
A plateia em delírio atirava seus chapéus aos camarotes, estes estouravam champanhe sobre tudo.

27 de jan. de 2011

Pedro II, o teatro


Teatro Pedro II.


foto de Leandro M. Lourenço.





Às portas do crack da bolsa de 1929 surgia o imponente teatro de ópera Pedro II em Ribeirão Preto. Hoje segundo entre os pares, em número de poltronas. É herança do ciclo do café.
Do ciclo da cana-de-açúcar: fuligem que evola das queimadas. Mais que isso; a arquitetura “fake” por miniaturização; de edifícios de renome – por gigantismo - novaiorquinos e não mantêm a proporção áurea; esta não garante o belo, só impede aquele aspecto de cópia empobrecida pela sua ignorância, na maioria dos edifícios sobra altura relativa à base, urge consistência, estética...
Umberto Eco algures disse do “more” na vida americana do norte, a ponto de “importarem” castelos, obras de arte italianas etc. Um exemplo era um "Última Ceia” repintado e aumentado e “more” “and more” Califórnia que o do Santa Maria delle Grazie da Milano.

21 de jan. de 2011

Deus

A J.L.Borges lhe atraiam os paradoxos, buscava-os. Um dos que mais citava em entrevistas e, chegou a escrevê-lo em algum livro que me esqueço, dizia da onipresença do demiurgo: “Deus está em todos os lugares e, se tanto, também em nenhum”. Note-se que nenhum lugar é parte do todo. Assim há dois gêneros de religião: da ubiquidade e a quântica, esta explica mesmo o “lugaralgum”. Aquela tem experimentado levar a diversidade a números, tantos, quantos humanos há; esta se reduz aos ateus. Tal fenômeno deve-se às liberdades constituídas e ao capitalismo. O capitalismo clama, facilita e favorece a inclusão no sistema de toda atividade humana, bota, chapéu, berrante , música sertaneja, hip-hop e inclusive as religiões, os amores, o aborto, a filantropia, a demagogia etc. Não há almoço ou religião gratuita. Não consumo religião, como não consumo bife parmegiana, mas sou completamente, absolutamente favorável ao pargmegiana e a todas as religiões e igrejas, e com a mesma força e completude defensor da devida tributação, cabendo o montante ao erário municipal. Assim, crentes e ateus num pais laico, têm tantos “direitos especiais” quantos têm os consumidores de parmegiana, talvez estes mais por recolherem impostos municipais, estaduais e federais além, claro, da pesada composição.

20 de jan. de 2011

gosto, fé e futebol - I


Gosto, fé e futebol não se discute. Em termos. Eu gosto de cogumelos. O meu preferido é o Boletus Edulis. Gostei tanto que fui a bosques de Soria, Pallars Juça e Baden-Baden buscá-los pelo gosto. Na Itália é conhecido como funghi Porcini. Na Espanha como Ceps. J. L. Borges gostava de metáforas, principalmente das escandinavas. Uma citada por ele, atribuída a um rei Sueco, parente de um príncipe inglês dizia da herança de um deles: um “lote inglês” - o tal “sete palmos” para nós - pois os ingleses sepultavam seus mortos no tal terreno, como nós, mas há e havia quem o fizesse de outras maneiras, em gavetas por exemplo como os Espanhóis. Outra coisa que gosto é de Percebes –






um fruto do mar em forma de pé de cabra, assim o chamam na Catalunha, “péus de cabra”.







A J.L.Borges, que lhe gostava os epitáfios escreveu em algum livro que esqueço: “Su Tumba son de Flandes las Campañas\ su Epitafio la sangrienta Luna”.
Não se discute “ em termos disse antes”, pois há um elemento cultural no gosto, na fé e no futebol. A cultura é composta de elementos sociais, geográfico e circunstanciais. É indiscutível meu gosto por cogumelos, desde que este não se transforme em um catecismo, a negar e impedir outros gostos alheios e querer ser fundamental.



RECEITAS DE CARNE DE PORCO DO CHEF CIDOGALVÃO

3 de jan. de 2011

ANO NOVO PLÁGIO VELHO

Faz cinquenta anos que busco ser criativo, mas tudo que tenho conseguido é pequena adaptação de algum plágio; como queria James Joyce: à noite sempre por óbvio, claro quando isto se fazia às escuras e por vezes às expensas dela, hoje holofotes e espelhos, mas a dor... inútil dormir... (Chico Buarque)
Por sorte inventaram o calendário que é a margem a balizar nossas angustias – há indivíduos que não padecem deste mal – que é o sentimento frente a incerteza do que virá. O ano não deixa de ser um labirinto que desaguará no seguinte aqueles que nele entraram exceto os que venham morrer.
Como diz meu amigo Florenci: acaba um ano começa outro a cada dia, pelo simples fato do desejo exigir o futuro, posto que o passado é a dor ou simplesmente um projeto desejado e falhado.
Há entretanto coisas e sentimentos que desconhecem o tempo, pois são na vida ( concretamente é tudo que queremos saber(com plenos sentidos), mas sequer tangencio tal entendimento: ser na vida!).
Em todo caso ser na vida é ser como ela, imutável, continua e essencial. Esta é uma maneira que encontrei para me acercar do objeto e não do objetivo.
Desta maneira o ano que começo é urgência dos meus desejos. Haverá sentimentos que sequer começarei, por não sabê-los, e que não cessarão por não começados. De resto continuo meu projeto de gozar o máximo possível ignorar o mesmo tanto.