Eu
lembro mais ou menos desta redação no ginasial, com
mais ou menso linhas, talvez, cara no lugar de rosto, capataz por supervisor e por ai vai, a ideia
permanece virgem. Sempre havia redação depois das
férias, e em outras ocasiões também. Então
a professora escrevia na lousa: Descreva um dia de suas férias.
Estou deitado ao sol, sobre um monte de feixes de varas de bambu que usamos
para envarar tomates. É a hora do descanso no café da
tarde. Á sombra faz frio. Estou com os braços cruzados sob minha cabeça e
o chapéu de palha sobre o meu rosto, esconde o sol. E pelos buraquinhos das
tranças de palha do meu chapéu vejo as nuvens. Todos os
meus tios e primos estão a jogar cartas sob o rancho de sapé. Descansamos de uma manhã de muito trabalho. Orlando, meu tio mais novo, grita: Olha lá o supervisor de nuvens. E
todos riram. Logo voltávamos a trabalhar, e eu segui com meu
pensamento nas nuvens e sei que não voltarei a ver nuvens tão
bonitas.