Eu,
ou meus Erros e eu!
As
vezes meus erros são mais inteligentes que eu. O certo é
que acada erro me ensina algo de mim mesmo, mas alguns deles me
levam intelectualmente a lugares longínquos, que minha razão
nem sequer é capaz de sonhar. Sonhar que as emoções
modifiquem os fatos, já não sonho. Que tudo passa, mas
o passar permanece no seu passar, até que então passe.
Que muito da vida depende da sorte, e isso simplesmente não
posso aceitar, esperar. Hoje o que mais temo é um fotógrafo,
que um psicanalista, um argumento contrário.
Muitos
que conheço temem ou não querem ser identificados com
nenhum grupo bem definido por suas divisas, de onde podem a tudo
atacar. Acontece que isso me parece a vã glória do
anonimato; não sei se fazem isso por fragilidade, ou por isso
se tornam frágeis, o que é um problema, me parece,
principalmente, se as divisas se tornam fronteiras.
Aprendi
imenso com palavras convincentes e não pelo que pudessem,
simplesmente, significar, porque todo absoluto é algo
patológico; por isso não me canso de repetir uma frase
da MPB que diz que quem vende saúde, provavelmente é
doente; o que é horroroso, espécie de misticismo
religioso que baniu a teologia, ou qualquer condicionante.
Hoje
quase não me entedio, não me aborreço
facilmente, mas por vezes não me escapo do tédio, no
entanto nesses momentos não saio a procura de fazer, ou de um
acontecer, porque é muito comum acontecer algo, e temo não
estar preparado, então espero o aborrecimento passar, é
melhor; porque, entre outras, se não me preparo, sou campeão
em fazer mal e porcamente as coisas boas, e perfeitamente as coisa
ruins.
Moral
da história, melhor não fazer nada sem estar
minimamente preparado, senão que acaba tudo dando no mesmo,
em erro. Embora saiba que possa de alguns erros tirar proveito, mas
sei que de nem todos, melhor dizendo de poucos.