Era o encontro bianual
dos chefes de estado. Estavam acompanhados por especialistas em
segurança planetária. A tensão era visível,
sólida, digo, já que isso não é uma
noticia. No entanto, tais reuniões eram sigilosas,
clandestinas; e nenhuma tivera tanta transcendência como esta.
Durante os últimos
longos dez anos, havia-se levado a termo investigações
caríssimas, profundas; incluindo algumas viagens espaciais,
que desvelaram a grande descoberta, o fato mais importante da
história; a descoberta de vida num outro planeta. Não
se tratava de uma vida singela, sim complexa. No entanto, sob o
comando dos mais poderosos, e aquiescência dos demais líderes,
a descoberta foi ocultada, digo sua espetacularidade, pois foi dado a
conhecer a descoberta do planeta, e de uma forma peixe com pernas,
que seriam traseiras e asas como braços. Já os
alienígenas, foram mantidos como segredo de Estado.
No correr daqueles
anos, toda a ciência disponível foi empregada, até
mesmo a psicanálise foi empregada, um nietzschiano chegou a
insistir nos vedas, tudo valia, para obter informações,
tudo valia para se conhecer melhor a nova espécie, o que ia
dentro daquela cabeça. Serão como nós?
A finalidade desta
cimeira era determinar se os alienígenas seriam um risco, para
os Estados ali representados, para se poder garantir a segurança
dos seus cidadãos, ou se era conveniente, por fim,
destruí-los, porque apesar dos esforços científicos
não se havia chegado a conclusão cabal.
A tomada de decisão
tinha caráter de urgência urgentíssima, antes que
fosse tarde.
Os dados obtidos pelas
viagens de naves que permaneceram em órbita daquele planeta
ignoto, e mesmo da última nave, que desceu ao planeta e
permaneceu lá pelos últimos três anos, incógnita,
a enviar informações eram ou não eram cabais?
Essa era a pergunta dos Líderes.
Ao cabo de muitas
apresentações, O engenheiro líder dessas
expedições foi enfático em sua fala aos chefes
de Estado, estas foram as suas palavras:
“ Não é
necessário gastar mais recursos e esforços, e tampouco
será necessário destruí-los, é uma
espécie condenada à desaparição. Os
últimos dados que obtivemos, nos mostra que
incompreensivelmente se matam entre si, devastam, poluem o planeta, e têm a bomba atômica.
Não nos preocupemos. São uma espécie com data de
vencimento já falsificada.”