6 de jul. de 2016

Um novo planeta.




       Era o encontro bianual dos chefes de estado. Estavam acompanhados por especialistas em segurança planetária. A tensão era visível, sólida, digo, já que isso não é uma noticia. No entanto, tais reuniões eram sigilosas, clandestinas; e nenhuma tivera tanta transcendência como esta.
       Durante os últimos longos dez anos, havia-se levado a termo investigações caríssimas, profundas; incluindo algumas viagens espaciais, que desvelaram a grande descoberta, o fato mais importante da história; a descoberta de vida num outro planeta. Não se tratava de uma vida singela, sim complexa. No entanto, sob o comando dos mais poderosos, e aquiescência dos demais líderes, a descoberta foi ocultada, digo sua espetacularidade, pois foi dado a conhecer a descoberta do planeta, e de uma forma peixe com pernas, que seriam traseiras e asas como braços. Já os alienígenas, foram mantidos como segredo de Estado.
        No correr daqueles anos, toda a ciência disponível foi empregada, até mesmo a psicanálise foi empregada, um nietzschiano chegou a insistir nos vedas, tudo valia, para obter informações, tudo valia para se conhecer melhor a nova espécie, o que ia dentro daquela cabeça. Serão como nós?
        A finalidade desta cimeira era determinar se os alienígenas seriam um risco, para os Estados ali representados, para se poder garantir a segurança dos seus cidadãos, ou se era conveniente, por fim, destruí-los, porque apesar dos esforços científicos não se havia chegado a conclusão cabal.
         A tomada de decisão tinha caráter de urgência urgentíssima, antes que fosse tarde.
Os dados obtidos pelas viagens de naves que permaneceram em órbita daquele planeta ignoto, e mesmo da última nave, que desceu ao planeta e permaneceu lá pelos últimos três anos, incógnita, a enviar informações eram ou não eram cabais? Essa era a pergunta dos Líderes.
         Ao cabo de muitas apresentações, O engenheiro líder dessas expedições foi enfático em sua fala aos chefes de Estado, estas foram as suas palavras:
         “ Não é necessário gastar mais recursos e esforços, e tampouco será necessário destruí-los, é uma espécie condenada à desaparição. Os últimos dados que obtivemos, nos mostra que incompreensivelmente se matam entre si, devastam, poluem o planeta, e têm a bomba atômica. Não nos preocupemos. São uma espécie com data de vencimento já falsificada.”


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