Hoje, olhando sua foto,
me achei frágil,
como um barco de folha
de jornal n'água.
Enfeitiçado pelo
ouro de seu cabelo vágil.
queria te violar como
uma margem mágoa.
Com carvão
assinava cadáveres no muro
imprimia palavras
mesozoicas, extintas.
Palavras que regressam
vivas, juro
asfixiando meu passado,
sombras sucintas.
Ontem dormia na minha a
tua mão
eramos cavalos
impossíveis de atar
trotávamos por
cima de nossa razão
beijava teus lábios
salgados de mar.
Amanhã, perdido,
pensarei teu braço pálido
relincho e esfrego no
moerão até sangrar
navegarei no papel
machê do jornal lido.
Haverá, quiçá
braço desconhecido por singrar.
Não me resta
mais presente, dó
parede pintada de
umidade
desígnio do
destino, voltar ao pó.
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