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7 de jul. de 2016

Segunda não é dia de feijoada

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Que sina! Agora esse negócio de ''Orgânicos”, por toda parte, o que não anda avoa, e parece que tudo se converterá em “Orgânico” para triunfar, economicamente, claro, tem que ser "Orgânico". Porque esse “Orgânico” não implica em mais nada que isso “Orgânico”, grosso modo. E com este rótulo me deparo com verdadeiras imundices (imundicia no dialeto bonfinense) e há sempre loios dispostos a consumir e mais, a promover, “fazer o boca a boca”, e mais ainda, a repetir uma frase com um dos adjetivos mais maltratados que conheço: Isso é uma mandioquinha “Autêntica”! Pardelhas! Se tudo é autêntico, até a falsidade, os falsários, os farsantes... até a aspirina é autêntica!

P.S. A começar pelas sementes que são as mesmas, já modificadas, já alteradas, e adulteradas.... são as "autênticas" alteradas, adulteradas e modificadas.

Calor é Dionísio, frio Apolíneo

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O calor nos põe na mesma geografia dos sentidos, onde nos subjulga e nos transforma em seres que experimentam sensações extremas, entre  estupefação e  abatimento. Quando, então, faz muito calor, nossa identidade se revela, todo aquele lixo estancado sua, entre suores e bocejos em busca de ar denso, sempre acabamos por fazer o que tenha um mínimo de sentido. É muito comum no cinema, aquele calor asfixiante, camisetas coladas ao corpo pelo suor, como se fossem a prisão de almas torturadas. Na roça é perfeita essa relação, essa entrega do homem à terra e a terra ao homem, esse diálogo mudo de lava.
O frio não, o frio solidifica os sentidos que de tão duras e afiadas suas aresta machucam.
Adoro me abandonar ao calor do clima, dos corpos, do álcool,na boca de um vulcão, dos espaços pequenos, das conchas, cavernas minguadas, até perder a linha e então sair por outras atmosferas, realidades que transcendam o corpo e o tempo, como se estivesse num duelo de olhos,  num western de Sérgio Leone.
Gosto desse friozinho, apolíneo, mas me dou sempre conta de que prefiro a caldeira do inferno, que sempre borbulha, por motivos óbvios, incendeia os meus pecados, e aqueles que me julgam, que permaneçam no seu mundo de porcelana, ar condicionado ou lareiras sem madeira  esperando que me consuma.

3 de jul. de 2016

Carta Reaberta a F.H.

Carta re-aberta a Fernando H. Catani.Tudo começa meu caro Fernando, quando todos 'achamos', que Portugal chegou aqui por acaso, que  a família real portuguesa veio comer coxinha de galinha, que Dom Pedro deu um grito simbólico, já que tudo já havia acontecido. Essa fé – porque crença não é, já que crença se baseia em algo provável, no sentido de verificação, verificação que a média brasileira, e somos todos medianos – depois mais tarde todos 'acham' que uma câmera na mão e uma 'ideia' na cabeça é o bastante, e acabam por deixar de ver o mais importante em Hollywood, por exemplo, que é o fato de que eles 'não leram' os clássicos, os estudaram, e a teoria está presente até em Walt Disney, basta ver o Mickey em Aprendiz de Feiticeiro. A mídia em particular, impressa e televisiva, já que a radiofônica é muda intelectualmente, tem verdadeira ojeriza pelo aprofundamento, e está sempre a tratar qualquer voz de dentro das universidades – as dignas de assim serem chamadas – de um bando de aloprados. Por quê? Porque sempre querem a solução gambiarra, barata e por fim frustrante. Por que 'acham' que tudo é por acaso, e não um caso pensado. Veja um exemplo: Faz uns vinte anos, a TV brasileira mostrou alguma coisa de Noam Chonsky, como se se tratasse de um maluco, por ele dizer que o teclado do PC e o próprio PC em nada tinham a ver com o corpo humano, não eram enfim ergométricos. Banalizaram. O Touch, é o que é por causa do  visionário Noan Chonsky que pelo avanço tecnológico. A ciência e depois a ciência aplicada, foi atrás da ideia e seus argumentos, na busca para uma melhor 'solução'. Questão proposta e instigada por um linguista. Depois se propaga a ideia: os pesquisadores brasileiros são improdutivos, ou fazem pesquisas tolas, basta ver o idiota do Jô, alardeando a uma massa que se pensa critica e pensante, mas não passam de bando de basbaques, que 'acham' o gordo a cereja do bolo da inteligência tupiniquim, e que como essa imensa massa pseudo, e amorfa, inclusive, chega a pensar que fala espanhol melhor que seu camareiro chileno. Ou seja, fala espanhol com palavras portuguesas. Como aqui todos falamos italiano e espanhol e se marcar japonês e chinês, a questão do inglês é risível, todos acabam fazendo sabão em pedra, pensando que a química se reduz a isso. Assim poderia passear por todas as áreas do fazer humano brazuca, e em todos há a fé que você muito bem expôs. Leva-se demasiadamente  a sério a frase de médico e louco... todos são alopatas, homeopatas...  enfim poucos sabem que o fermento seco 'royal' é bicarbonato de sódio.

28 de jun. de 2016

Eu, ou meus Erros e eu!

Eu, ou meus Erros e eu!

As vezes meus erros são mais inteligentes que eu. O certo é que acada erro me ensina algo de mim mesmo, mas alguns deles me levam intelectualmente a lugares longínquos, que minha razão nem sequer é capaz de sonhar. Sonhar que as emoções modifiquem os fatos, já não sonho. Que tudo passa, mas o passar permanece no seu passar, até que então passe. Que muito da vida depende da sorte, e isso simplesmente não posso aceitar, esperar. Hoje o que mais temo é um fotógrafo, que um psicanalista, um argumento contrário.
Muitos que conheço temem ou não querem ser identificados com nenhum grupo bem definido por suas divisas, de onde podem a tudo atacar. Acontece que isso me parece a vã glória do anonimato; não sei se fazem isso por fragilidade, ou por isso se tornam frágeis, o que é um problema, me parece, principalmente, se as divisas se tornam fronteiras.
Aprendi imenso com palavras convincentes e não pelo que pudessem, simplesmente, significar, porque todo absoluto é algo patológico; por isso não me canso de repetir uma frase da MPB que diz que quem vende saúde, provavelmente é doente; o que é horroroso, espécie de misticismo religioso que baniu a teologia, ou qualquer condicionante.
Hoje quase não me entedio, não me aborreço facilmente, mas por vezes não me escapo do tédio, no entanto nesses momentos não saio a procura de fazer, ou de um acontecer, porque é muito comum acontecer algo, e temo não estar preparado, então espero o aborrecimento passar, é melhor; porque, entre outras, se não me preparo, sou campeão em fazer mal e porcamente as coisas boas, e perfeitamente as coisa ruins.

Moral da história, melhor não fazer nada sem estar minimamente preparado, senão que acaba tudo dando no mesmo, em erro. Embora saiba que possa de alguns erros tirar proveito, mas sei que de nem todos, melhor dizendo de poucos.  

EXARCONTE OU CORO

EXARCONTE OU CORO

Se quer  exarconte, mas não passa de coro,  formado por grupos de fantasmas, suicidas, afogados, prestamistas, palhaços e imbecis, sacerdotes e bispos malvados, médicos agiotas, serviçais ineficazes, bacharéis às pencas, ignorantes diplomados, corruptos  da antinomia: policiais e bandidos, pensadores estetas e estetas de toda classe e ausência, nenhum desses grupos necessita ser revalidado pelo sistema, analógico,  ao que todos contribuímos inevitavelmente. Personagens fascinantes? Sim... mas tênues, opacos, cinzas.

Por Circe, Porcos.

Porcos.
Enquanto  criança,  era equilibrado, vivia sensivelmente, o presente. Bastou crescer, para passar a procurar o equilíbrio, entre a ação e repouso, o otimismo e o pessimismo, tensão e relaxamento. É frequente querer que tudo fosse melhor e diferente. A mente sempre em seu monólogo interior, que, a mim afasta da literatura, gerando confusão e aflição. A pós modernidade me pede a construção de um "eu" único e irrepetível. Se possível imortal. E atrás desse objetivo me  distancio da consciência saudável e profunda. Por tanto, é estranho encontrar quem está no caminho da  paz e da calma em meio a essa odisséia que é a vida, encontrar ou não sentido para tanto e se pode ser real e formadora. Ou de outra, devemos nos resignar, e como os amigos de Ulisses sermos transformados por Circe em porcos.