Não me causou espanto a eleição do palhaço a deputado. O que pensei e comentei no momento, não me lembro, mas sinto que o defendi junto com sua eleição, preguiçosamente com isso: do leite sai a nata. Pode-se discutir a dialética disso, não será o caso. A escolha do deputado palhaço para a Comissão de Educação e Cultura não modifica o anterior.
O espanto é uma técnica de narrativa, ela quer causar um choque no leitor para tirá-lo de uma inércia e pô-lo noutra, sem juízo de valor. O voto em Tiririca é de vanguarda, quer alertar, espantar ou prevenir. Por isso “alento” segue à gramínea nomeada. Poderia lançar-me numa retórica conturbada dizendo que a educação formal que temos é fruto, ao menos projetado, das “elites” educadoras na União, Estados e Municípios. PT e PSDB nos educam há 18 anos via UNIÃO (com os dois de Itamar) outros tantos de PSDB em São Paulo. Quem tiver paciência tente somar os projetos educacionais criados, concursados, comprados, encomendados e instaurados nesta pauliceia, desde Franco Montoro. A tal ponto cíclico e vicioso que Alckmin derruba Alkmin se falarmos de projetos educacionais.
Não vislumbro qualquer melhora, nem pioramento, com a efetiva ou representativa participação de Tiririca na tal Comissão. O que enxergo é o ocaso de nosso parlamento e com ele seus tripulantes palhaços, trapezistas e mulheres barbadas. O meu alento é presenciar a retirada, via eleição, de determinados arquétipos do seio da sociedade civil. Talvez melhore a expressão da TV aberta. Se tenho uma proposta ela dirá que é necessário aumentar o número de cadeiras no congresso nacional, pois só assim diminuiremos a incompetência na sociedade civil, fato duvidoso pois Tiririca é criatura e não criador.
Pode parecer maluquice, talvez seja a intenção subjacente, mas que dizer da significativa concentração de poder que se tem aposto ao Poder Judiciário, nomeadamente ao STF, aonde junta-se uma busca incessante e incansável do STJ pela isonomia. Se disser: As súmulas vinculantes e outras modalidades legislam. Esperem o voto minerval do Ministro Fux no caso “Ficha Limpa”, e vejo com indiferença a qualidade do voto, mas com apreensão o quantitativo, e em tantos outros casos, nem tão-somente os de omissão de nosso Grande Circo Legislativo onde há toda sorte de espetáculos e todos deprimentes. Incomodar! Incomoda, não isso, sim o fato dessa falação ser em si catártica.
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