31 de mar. de 2011

Gaiola das loucas: Ópera do froterismo.





Fui para o ponto um horário antes, queria passar no Extra e comprar café. Quinze para as três, a lata não passou, três, três e dez, três e quinze, a lata não passou, três e quarenta, dois horários depois passa o busão. Cheio. No primeiro condomínio, treslota, com todas as domésticas que faltavam, no seguinte só pedreiros e serventes, todos do Piauí. Todos falam alto. Muitos celulares soam estridentes, competindo com a gritaria de Ivete Sangalo com seu bonezinho de maquinista no busvideo. Uma moça gorda encavala sua ausência no meu ombro. Fora da geladeira e esse calor! Hum... digo. Que! Diz ela. Nada! Digo. Um piauiense aumenta o espaço com seu froterismo. Chega ao Shopping. Embarcam meia duzia de jovens homossexuais. Um deles, mais desbravador, cruza a catraca e avança até o fundo, outros estacam ali mesmo, junto ao motorista. Um cearense encosta-se no moço. O moço grita para os amigos que ficaram na catraca. Juliete, “vem! aqui tá booom”! “ Sei!” diz minha vizinha encaixada no meu ombro. A plateia delira. Cê tá desesperada!Suzy! Grita Juliete. A galera vai a loucura. A gaiola para noutro ponto. “Nem sobe querida, to entalado até a garganta” grita Juliete. “ Vai vendo!” diz uma moça. Desci, quatro e dez, atrasado para o trabalho.

2 comentários:

José Gabriel disse...

Muito bão Cido!

cidoGalvao disse...

Um ano de gaiola, amansa qualquer um!