23 de mar. de 2011

educação

Educação.
Educação é o atrito dialético das duas páginas de uma mesma folha. O verso é o educando, o rebento. O Educador, o anverso, que é o todo, ora vamos, inclusive o rebento. A alegria do mundo é que não podemos ensinar um brasileiro a ser japonês no Brasil e tampouco um japonês a ser Brasileiro, no Japão. Nem uma qualquer outra possibilidade das infinitas permutações possíveis, tão só possíveis como permutações, mais nada que isso. A educação no Brasil sempre foi a mesma, quer dizer, tinham valor: os doutores médicos, os doutores advogados, os doutores engenheiros e um que outro arquiteto que virou poeta. Os professores nunca tiveram grande importância social. Se nossos filhos são mal educados, falha a sociedade; a citar: os educandos, os pais, o professor formal, a merendeira, a faxineira e o pedreiro que apaga o cigarro na nádega alheia. Basta olharmos o que somos e questionar: quantos livros eu li, quantos livros há em minha casa, ou melhor, há mais televisores que livros, quantas horas meu filho me viu estudando etc. Que valores factuais foram transmitidos. Afinal os filhos imitam os pais, e têm a pachorra de ver e imitar dos progenitores o que mais estes temem, as omissões, os recalques, as desilusões e o armário. Ora vamos a prole é nossa imagem e semelhança. Estudar não é fácil. Pouquíssimos querem estudar – falo do universo brasileiro, não vale a exceção -. Não-estudar é o caminho entrópico, fácil – da desorganização - . Viver, requer organização – vencer o caminho entrópico da natureza, quer dizer a natureza toda caminha para a desordem - . Diga-se, invencível, todos morremos, a morte é a desordem total de todas as células. É uma sandice pensar que se pode delegar toda a formação, do insipiente ser, a outrem. Seria muito fácil. Apesar de tudo as crianças estão cada dia mais informadas, o que nada tem a ver com educação, pois educar carrega significados ranhosos, tais como civilizar, fazer cidadão, incutir a solidariedade ( que não temos). Solidariedade não é enviar algo a um ser em penúria circunstancial, solidariedade é uma bobagem, como parar antes da faixa para o pedestre cruzar a rua, e isso é diuturno, sempre, para o resto da vida. Os rebentos fazem seus discursos, o que mostra que a capacidade inata de aprendizagem não declinou ao longo do tempo, mas será que temos o que ensinar, ou será que temos que aprender.

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