31 de jan. de 2011
Parado ai no ponto?
Num ponto de ônibus da Av. Independência, uma publicidade municipal contra a dengue diz: 600 mil contra a dengue.”e você” Parado ai no ponto ? Pois é senhor publicista, se o sistema de mobilidade pública funcionasse, estaria em casa cuidando de minhas bromélias. Por bom humor ficaríamos nisso, mas em tal reclame há questões implícitas, subliminares ou subjacentes de grave teor discriminatório, senão vejamos: Primeiro dá a ideia que todos estão fazendo algo contra a dengue – risível - e a cidadã\cidadão que está ali parado no ponto, nada faz; e o “nada-faz” é em oposição aos demais que tudo fazem, como os que conduzem seus veículos pelas ruas da cidade, não estão ali parados e leem a tal apelo e concluem que a indivídua\o ali parado “que nem poste” é culpado\a pela dengue, ou seja a criatura espera o ônibus mais do que quer, mais do que é necessário em qualquer lugar civilizado, espera indignamente, sujeito às intempéries, ao destempero e despreparo das empresas concessionarias, e ainda leva a culpa da infestação. Como quem espera ônibus é pobre, a infestação se liga, indexa e se linka ao desgraçado. Que a sociedade civil tenha suas mazelas e esta estranha necessidade de nutrir alteridade em relação a negros e pobres: sentimento mazombo,é coisa déjà-vu, mas dum órgão ou ente público que paga a publicidade com dinheiro que saiu também do meu bolso... tratamento isonômico, meus senhores, por favor! A publicidade viola a constituição em : artigo terceiro inciso IV dignidade da pessoa humana; artigo quinto inciso X … inviolável a honra e imagem das pessoas, difusamente. Mandado de segurança.
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