21 de jan. de 2011

Deus

A J.L.Borges lhe atraiam os paradoxos, buscava-os. Um dos que mais citava em entrevistas e, chegou a escrevê-lo em algum livro que me esqueço, dizia da onipresença do demiurgo: “Deus está em todos os lugares e, se tanto, também em nenhum”. Note-se que nenhum lugar é parte do todo. Assim há dois gêneros de religião: da ubiquidade e a quântica, esta explica mesmo o “lugaralgum”. Aquela tem experimentado levar a diversidade a números, tantos, quantos humanos há; esta se reduz aos ateus. Tal fenômeno deve-se às liberdades constituídas e ao capitalismo. O capitalismo clama, facilita e favorece a inclusão no sistema de toda atividade humana, bota, chapéu, berrante , música sertaneja, hip-hop e inclusive as religiões, os amores, o aborto, a filantropia, a demagogia etc. Não há almoço ou religião gratuita. Não consumo religião, como não consumo bife parmegiana, mas sou completamente, absolutamente favorável ao pargmegiana e a todas as religiões e igrejas, e com a mesma força e completude defensor da devida tributação, cabendo o montante ao erário municipal. Assim, crentes e ateus num pais laico, têm tantos “direitos especiais” quantos têm os consumidores de parmegiana, talvez estes mais por recolherem impostos municipais, estaduais e federais além, claro, da pesada composição.

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