4 de fev. de 2011
SOFISMADO DE LADINO.
Não me diga que ando engambelando...Já vi muitas nuvens, mas a primeira vez que me senti gasturado foi ao deparar-me com a palavra “dialética”. Confesso que inveja minha foi de uns que não esbarravam com palavra, feia que fosse. Contrário de ficar com ódio do texto gastei o dedo, linha a linha, o que não bastou. Busquei outras fontes. Até que um dia vagabundeando pelo centro entrei na livraria Hedonê e bimbiblim: Dialética da Natureza de Engels. Devorei. Confesso, fiquei mais ignorante que antes, nem a mais mindinha ideia, vi que isso não me desentortava. Segui campeando e quando já me libertava daquele escuro dialético, vi surgir de sobrevento, desfraldando outros desprevenimentos, flanando sua bandeira na ponta do pau a palavra conjectura. Caído e calado agradeci a fineza, busquei repouso ao coração, bebi café, fumei cigarro e rumiei guerras desconjuntadas sem saber que já conjecturava. Sabia fruto sem saber árvore, até que numa palestra do Florestan Fernandes fui colher conjecturas verdes do pé de conjuntura, todos riram. Rissem pensei silencioso. Então era isso, conjeturei: conjuntura ideológica. Agudo temi, que súcia de homens! Estúrdio! Mas cada dia a gente aprende. Criaturas tão ruins nas inocências da maldade. Comecei a entender que tinha uma arma na mão, mas não sabia de que lado saía o chumbo, nem a vida é entendível. Espiava, é só, começos. Segui dando o comer às minhas miudezas e à mais frágil, alegria, um milho além. Ri bovinamente.
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