Bento Santiago é intangível se não compreendermos a infância de Machado de Assis. Para mim a infância machadiana é Machado cronista, aonde ensaiava o cômico-fantástico ou sério-cômico também dita sátira menipeia (seu iniciador foi Luciano de Samósata, filósofo cínico nascido na província romana da Síria e que viveu entre 125-181 d.C.), que influenciou Erasmo de Roterdam com “Elogio da loucura”; Rabelais com “Pantagruel”; Swift com “Viagens de Gulliver”; Voltaire com “Micrômegas”; Quevedo com “O Gatuno”, Joyce com “Ulisses” etc.) segundo Enylton de Sá-Rego. Machado foi ainda um dos poucos ficcionistas - pós-romanticos - brasileiros que leu Schopenhauer – que o compreendeu foi o único -.
Bento Santiago é mestre satírico, no bonde com o poeta, bebendo Chianti e licores com um tenor sem voz, com o agregado José Dias - um caju chupado - “eloquência a altura da piedade”
...”—Não, Bentinho, disse ele- basta um alopata; em todas as escolas se morre. Demais, foram idéias da mocidade, que o tempo levou; converto-me à fé de meus pais. A alopatia é o catolicismo da medicina...”
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