Socialmente e
politicamente, o país parece viver um momento de extraordinária
intensidade. No entanto, a minha sensação é de monotonia, lento
com aceleradas cautelosas, enfim, tédio, o bolero de Ravel levado ao
pé da letra, que só é bom mesmo para o sexo, com a subida de tom
estonteante, longe dai, a prática cultural não apresenta novidades
positivas destacáveis. A política em compasso de espera, para a
última palavra, quando não houver tempo para recuos.
Ando disperso.
Preciso sentir o hoje, em algum lugar Pessoa diz que o universo não
tem ideias. O universo não é feito de ideias, senão de sensações,
e se sinto hoje o que sentia ontem, e ontem já era um cadáver dos
sentidos, é questão de perpetuar as memórias póstumas. E parece
que culturalmente vamos rememorando, com falhanços, lapsos de
memória, é o samba, a bola, a bossa... a ditadura, o getúlio, o
lula o fhc, mas sinto que é preciso um JK.
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