23 de jun. de 2016

Impostura.

Impostura...

Os sons penetram desde o exterior, música longínqua, carros, motos estridentes, ar-condicionado, uma coruja chirriando, me despisto. Saio ao terraço, o calor minguou, olho pro céu, estrelas, lua, a moça na calçada, reflito sobre a moça na calçada, brevemente. Sensação de sede, mato a sede, me pergunto, mas e se não for sede?
 Desde o terraço, o ar invisível, estático, seco, a lua escondida pelas nuvens, apenas busca o horizonte. Numa cadeira de plástico branco, uma moça imóvel, iluminada pelo clarão da luz do poste, as mãos juntas, o olhar perdido, sonha ou espera.
Desejo de comer uma fruta fresca, mas e se não for fome?
Noite de janelas abertas, ar quieto. Gols longínquos, luz baça de lua, música incerta. Sons apagados do fluxo dos carros, de motos aceleradas. Ruído de ar-condicionado. De quando em quando um pio incerto de ave incerta. Coruja?  Claro é que os lençóis vão por baixo, mas tanto faz, nem faz calor nem faz frio.
Desejo de sexo, mas pode ser mais uma impostura!

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