Não defenderei Antônio Palocci Filho, por óbvio, não sou advogado. Tudo que Palocci parece precisar é de advogado ou advogados, peritos e contadores. Sou cozinheiro e o gourmet é Antônio Delfim Neto. Mas me disponibilizo, para ambos, como tal, a preço de mercado. Pratico uma cozinha anti-ética. Que é isso? Pegunta aquele que pergunta. E para você respondo: cozinho confiando na tua língua de pau, na tua língua rugosa queimada pelo excesso de sal do dia-a-dia, conto com tua incapacidade gustativa, com tua fome ancestral, com teus vícios palatais, com tua ansiedade que te faz glutão. Substituo alho e cebola por arisco, coloco mais pimenta, açúcar no molho, umani – pra você eu digo: umani é açúcar, é sal, é azedo e é doce é pra de vez em quando - , encho de cebola e você come sardinha por aliche. Sardinha é ótimo, mas não é aliche. Contra é melhor que filé, até músculo é, mas não o é. O Mestre Golfeto sabe: depois da higiene vêm outras querências. Queira! É só querer.
Um comentário:
Mas que a Folha não pode decidir o cardápio, não pode mesmo. Nem o moralismo.
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