14 de mai. de 2011

A criação do perverso.


 O acaso favorável quando ocorre em sequencia finita acaba por desgraçar-nos a vida. A sorte de. modo geral, é a grande engendradora de monstros. Essa sorte que recai sobre o indivíduo com reiteração finita, acaba por voltar-se, contra todos, sempre, na hora do azar e para o mesmo às vezes. Se todavia o azar lhe for fulminante, acabamos por nos salvar de suas ações, caso contrário, seremos vítima do monstro. Um sujeito com tom voz – sorte - que cai ao gosto do auditório. Note-se que ser ouvinte é a priori é um desastre, e ao emprestar sua atenção à voz, dá ao dono dela poderes insondáveis.
Antes do golpe de sorte o indivíduo empenha-se, profundamente na sua industria, para ser digno de nota. Uma vez conquistada a primeira fortuna, este passa agir como senhor dos direitos de glória adquiridos e ouvintes atentos podem perceber pequenos rasgos de perversidade do ególatra recém-empossado. Os pequenos desvios são notados logo que o improviso substitui a intuitividade conscienciosamente estudada, trabalhada, industrializada e à sorte buscada que o tornou protagonista. A partir deste momento toda a empresa é defender o golpe inicial como propriedade natural, já que no geral a intuição é falta, é sempre falta sem o conhecimento devidamente aprofundado. Intuição como talento requerem uma certa ingenuidade. Por vezes o assenhoramento da situação é tão gritante, que o desleixo se transforma em perversidade. Este descurar-se é também em parte fruto de passividades alheias, que corroboram à ideia “de genuíno” do perverso.   

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