14 de jun. de 2011

Sedução.

Até que a ideia de conduzir parte da noite, abraçou o travesseiro e concluiu serenamente e orgulhou-se de despertar com o aroma de maresia, sim sabia bem. Por um momento ouviu chuva, concluía sim docilmente o agradável que é estar abrigado da chuva numa casa no sopé da montanha tendo ao pé a marina, pensou em vinho em taça bojuda, velas, lençóis onde se enrolou, mas não era chuva era o chuveiro, o sol queimando a pele, as ostras, as lulas, os camarões e amar no mar. Logo depois vagou na vigília antes de ser guindado pelo olor de café caipira que ocupava toda a casa. Ele não sabia que a casa estava em meio a neblina, que o sol tardaria, talvez nem viesse, quiçá escutava através das paredes de madeira do chalé o tilintar de xícara, pires e colherinha. Não procurou com o braço a mulher com quem dormira, já não tinha esse hábito cinematográfico de sentir a falta, ou nunca o teve, mas sabia que estava só na cama, e voltará a dormir, porventura ainda dormia. Ela parada ao pé da cama, um segundo, um instante, uma frase sem sentido ou incompleta passava diante de seus olhos um homem que ela pouco conhecia era uma frase com homem ser o que não sei companheiro fiel e invertia-se aleatoriamente fiel homem ser que não sei companheiro. É de fato uma pequena loucura. Conhecera o cara no café do teatro no intervalo da primeira apresentação da orquestra da faculdade da cidade. E ele a cativara dizendo que entendia as dificuldades da orquestra em sua primeira apresentação, pois era sua primeira audição e sentia que como ouvinte tinha dificuldades, pois uma coisa era ouvir dizer ou dizer de Bach outra era estar ali diante da orquestra esta diante do maestro diante do atril nesse ciclo que não se fecha. O que a fez pela primeira vez dizer que não havia gostado. E ele disse que não sabia se não gostara ou não entendera. E que já não tinham tanto tempo assim para ficar em dúvida e que nas mesas do Pinguim a coisa pudesse ganhar um pouco mais de clareza. Depois a menina o estranhara. Foi grossa! Mas ele deu-lhe um chá de desprezo, que me amedrontou um pouco, pois não queria sentir-me desprezada daquela maneira. Ai ele disse a ela que não sabia se ia gostar ou não dela, mas que isso poderia ser importante desde que ele estivesse comigo, e se ela estaria disposta a ceder um pouco, pois ele sim que estava. Ela disse que nem cheira ou fede, mas cheirava. Mas que num momento à noite durante a viagem acontecera um estranhamento, e não se falaram mais. Ele já havia se sentado na cama e ela que viera para dizer-lhe baixinho, se possível fosse , sem acordá-lo que tinha uns problemas de taxas e falar, pagar o zelador e que era massante e tardaria umas duas horas e que ele poderia continuar dormindo e que a Paola também estava dormindo, mas ele disse que se ela esperasse um nada ele já estaria pronto para acompanhá-la e que definitivamente, mal acordado, não queria permanecer na casa com a menina, não sem você. Que besteira é essa agora, não poderia deixar a Paola só a dormir, que custava, que nada custava, acontece.. acontece... você leu ou viu o filme aquele baseado no Nelson Rodrigues, que havia uma tensão entre eles e que temia estar só com ela. Nós viemos relaxar, justamente, então! O que você teme? Não sei o que temo, temo. Teme o que meu deus! Que ela te seduza? Também e o desenrolar. Olha não posso deixá-la aqui só por duas ou três horas. Então leve-a, eu fico só, preparo o almoço, sei lá. Olha vou o mais rápido de posso. Pago a dona Nair e volto, o restante resolvo pelo banco. O carro do Resgate e Policiais foi o que ela viu no seu retorno. Muitos policiais. 

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