19 de jun. de 2011

Maler Edson.


Ele pintava casas; muitas; umas juntinhas às outras, fossem bandeirinhas de São João. As cores todas como vieram ao mundo. Vermelho, vermelho. Amarelo, amarelo. Azul, azul. Branco, branco. As telas também reduzidas. Telas de bolso. Ficava zanzando do Mercado Modelo à Barroquinha. Certa vez passou uma alemã por ali, esbarrou com Edson, gostou da pintura, arrastou-o para Tubinga. Lá em Tubinga, Edson virou Maler. Mas não se entendia com ninguém. Eu era Ich. Tu era Du e mim era mich, mas meu era mir e por instinto e a sua pintura já famosa, Ich liebe dich. Assim a alemã o foi perdendo para outras: Pardon! Esbarrava. Ich liebe dich! Da pintura crescia a fama. Aquelas telinhas, a miúde, miúdas de casinholas como bandeirinhas de São João. Pintor era Maler. E para ler Maler em voz alta: er é â assim Maler é mala. E assim foi ficando o Maler Edson mala. E que Maler havia em mala Edson, as tedescas, ui! Pardon! Tout de suit, Ich liebe dich.

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