22 de fev. de 2016

olho por olho. cara de palhaço, nariz de palhaço e asas de ignorância



olho por olho. dente por dente. tempo de medos neste mundo de mecas. o caminho de saída? é abaixo: não te perca, nos dizem os sábios sabichões. salte e deixe-se levar pela gravidade. pela decadência. pelo sofisma disfarçado de petulância, nariz de palhaço e asas de ignorância. e baixe e baixe e baixe e aquilo que antes se dizia suficiência se tornou excelência. e baixe e baixe e seguimos baixando e a cota da mediocridade começa a ser difícil de recuperar. a normalidade de antes, agora é uma recordação borrosa, a genialidade, nem tão só uma utopia. tempos de soco. de lobo. de sangue por sangue. de quebrar mimos. de insuficiência premiada. de ovações e reverências ao nada.
tempo de gritar. de fechar os olhos para não chorar. de chorar morfina para não sofrer. bem, de sofrer, sofrer, não sofremos. mas viciamos em lágrimas. e isso nos faz cair ainda mais. Fazendo carpados. caímos, caímos, caímos.
caímos até que, desde a nossa miserável e estática perfeição, pensamos que o mundo é que sobe.
essa é nossa grande sorte.

e que permaneça.    

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