Assassinatos.
Se as técnicas
cirúrgicas não tivessem evoluído
exponencialmente o número de homicídios teriam também
potencias elevadas. Fica claro, que a maior parte das tecnologias
evoluíram muito mais que a moral. O que me chama atenção
tem sido a falta de arte nos crimes e sua banalidade, sua quase
desrazão. Frente a outros países, sempre me pareceu,
que fomos mais criminosos. Do ponto de vista social do assassinato, a
justiça brasileira sempre mirou no cadáver e não
no assassino. A origem e a etnia do morto, davam e dão a
direção, o sentido e a velocidade do inquérito
policial. Dessa forma o crime sempre foi banal em nosso país,
sempre que o morto seja um zé ninguém. Talvez venha
disso nossa pouca desenvoltura no ramo do romance policial. Por
outra, outro motivo é e foi a técnica empregada no
assassinato, seja, nenhuma. Mata-se. Não há arte,
porque não há planejamento. O crime se dá de
supetão, quase sem querer, como um tropeção numa
pedra. Se se quer o dinheiro dos pais, mata-se os pais, de tal modo
que qualquer seqüência lógica e cartesiana de
elucubração, sem nenhuma sofisticação, se
chega ao ou aos criminosos.Insulina, venenos, metais pesados... não são usados, os crimes são praticados com revólver, marreta, faca, boné ou uma mascara qualquer. A falta de conhecimento é
fundamental para que seja como é, alem da preguiça,
porque uma boa pesquisa, nos dias atuais, levaria a se planejar
melhor, podendo até se levantar suspeitas, principalmente em
se tratando de receber seguros de vida, pois há um pacto
tácito das seguradoras com a policia, de maior empenho nestes
casos.
Eu suspeito que seja da
natureza humana o desejo pelo ilícito, por isso há
sempre, quando se vem do passado para o futuro, um aumento da
criminalidade. Como já disse, a técnica e a moral
progridem com diferentes velocidades. Lembrando meu
curso de Vetores, muitas das vezes, têm sinais inversos.
Por fim, o que era para
ser uma irrupção inesperada num mundo ordenado, o
assassinato acaba por ser conseqüência natural do modo
como vivemos.
Não se trata aqui de preferir um modo de vida
ou outro, no sentido de uma nostalgia da merda, pratica corriqueira
das gerações, só uma constatação,
e escrever um romance policial seria descrever universos opostos. Uma
vez, que existem muitos casos no qual um morto, antes de morrer, se
atira na direção do projetil, e por vezes, faz isso
mais de uma vez.
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