Muito rápido
para uma curva tão fechada. JJ cai com sua Yamaha 535cc dois
cilindros numa ribanceira, logo na saída de Altinópolis. Poucos metros atrás vem seu irmão
M numa velha Guzzi 599 cc 8 cilindros e encontra JJ estendido no
chão no meio de uma poça de sangue, JJ lhe diz que , se
não escapar desta, quer ser enterrado com sua jaqueta. Foram
suas últimas palavras.
No dia seguinte os
membros do Rider a Suck nos reunimos para o funeral de JJ. Pouco
antes da cerimonia M convida a todos a beber. Parece mais um pub
irlandês que um funeral, cada um com uma Heineken em poucos
minutos esgotamos as duas caixas, rimos, choramos e contamos
histórias de JJ. M suspira, “JJ ia gostar disso”.
M e outros três
carregam o caixão até o cemitério, quase deixam
cair o caixão quando desde seu interior soa Born to be wild de
Steppenwolf. É tom do celular de JJ quando lhe chamavam. O
celular havia ficado no bolso da jaqueta. Um dos carregadores, com
tremedeira nas pernas vomita toda a cerveja que havia bebido sobre a
lápide. Nem M pode segurar a gargalhada. O toque não
demora a parar e o ataúde é baixado.
Em casa fico até
tarde vendo um filme pela televisão. Começo a pescar no
fim do filme, decido não ver o final e vou dormir, com uma
ideia que faz 'cosquinhas' na minha cabeça dormente. Pego o
celular e ligo para JJ. Um toque, dois, no terceiro se ouve um ruído:
- JJ...Sou C, e daí
véio? Sempre quis saber se realmente tem algo Além.
Sim... é só curiosidade.
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