Na democracia deve
haver um lugar para a oposição. Isso só ocorre se houver eleições
regulares, competitivas, limpas, sob controle de instituição
apartidária.
Não há contestação
adequada se não houver participação equivalente. A participação
depende em grande parte de acesso a informação. À boa informação
não basta ser oficial, ou oficialmente oposta, deve ser alternativa,
para permitir a formação de um amalgama, um cimento que possibilite
a compreensão do funcionamento do sistema. O sistema é muito
complexo, porque é composto de multiplicidade de interesses, por
exemplo, o quê determina a posse de um pedaço de terra?
Essa decisão já foi tomada à base da luta direta entre os
postulantes, hoje se dá de modo mais civilizado, ainda com resquício
da força, porque a posse está na base da discórdia, entretanto se
aceita a regra.
A compreensão
legitimada pela 'boa' informação, causa implicações nas decisões.
Por isso se faz
necessário essa vindicação da virtude cívica. Porque, afinal, se
trata de autogoverno. Mas no auto governo a representação é a
exigência central, porque não podemos todos governar.
Cidadania. O sistema
democrático é uma obra aberta. A participação já foi menor, mas
as dimensões do exercício da cidadania se abre a possibilidades de
ampliação dessa participação, com a evidente qualificação da
cidadania.
Tudo começou com os
Direitos Civis e evoluí a Direitos Políticos, Direitos Sociais, e
outras dimensões, Sociais e Econômicos, Ambientais e afinal hoje
falamos em direito dos Animais Domésticos e assim por diante, como
metas a serem alcançadas e ampliadas.
A intervenção da
cidadania é decorrente da igualdade politica, mas também, como já
disse, da virtude cívica, da qualidade da cidadania etc.
Há que se notar e é
fundamental que há uma diferença entre o governo do império da
lei previamente estabelecida – submissão voluntária de modo
consensual – e o governo do homem que depende dos interesses de
quem comanda. Enfim, a lei submete, deve submeter a todos os
cidadães.
Por que a democracia?
Porque afasta a tirania.
Mas
também é uma decorrência racionalista. Para os donos dos anéis, a
segunda melhor, porque, impede a guerra de todos contra todos. Os que
têm e os sem anéis.
A
convivência pacifica, na impossibilidade da imposição de um grande
poder. Pois há uma certa garantia mínima de sobrevivência a
todos.
Garante
direitos fundamentais, direito a vida, seu objeto central. E tem como
objetivo do bom governo criar condições superiores àquele
selvagem. Protege os interesses individuais de indivíduos diferentes
reivindicando cada um a sua própria existência.
Autonomia
moral dos indivíduos frente a ordem das prioridades públicos,
supõe que assume-se graus de responsabilidade frente a estes
interesses.
Isso
quer dizer da existência de interesses individuais diferentes dentro
da igualdade de condições. Isso se traduz em transparência de
procedimentos e em antidoto a lei de Gerson.
Produz
ainda a igualdade intrínseca, noutras, qualquer pessoa que sabe bem
qual o seu interesse, saberá o que é bom para ele, e isto é o que
o qualifica para a tomada de decisões nos processos de interesse
particular e geral.
Havendo
participação, contestação, virtude cívica, cidadania etc,
implicam na desnecessidade de guardiães. Na verdade são os gestores
devem ser dirigidos pelos políticos, porque o gestor entende do
melhor processo de produção e organização de determinado
mecanismo, e o politico dos interesses a que servem os produtos
gestionados na melhor forma de produção.
O
bom governo depende de virtude cívica e esta transmite-se de geração
em geração, devemos educar, qualificar, procurar fontes
alternativas de informação, porque as decisões são tomadas pelo
Estado sobre as sociedade são vinculantes, agem o tempo todo sobre
nós, e estas decisões são tensas. A relação entre Executivo,
legislativo e judiciário é tensa, deve ser tensa, para não serem o
mesmo, e se tratar de uma ditadura.
Enfim
o Estado toma decisões – na democracia de forma legitima –
organiza um conjunto de instituições que exercem poder sobre a
sociedade, que atua na mediação do conflito politico, há conflito,
interesses em disputa, buscando a legitimação. As instituições
formam um conjunto tenso.
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