Epistemologia. Teoria
do conhecimento.
Hoje é muito comum
acompanhar pela grande mídia a “economistas” falarem escreverem
sobre educação. Nada mais, nada menos pelo simples fato de o
conhecimento ter se tornado o maior fator de produção. Se na Grécia
antiga a episteme, o logus, nada tinham a ver com o mundo do
trabalho, com o fazer, com a técnica, hoje o conhecimento é tratado
como valor de troca.
Então economista
analista diz: A EDUCAÇÃO É FUNDAMENTAL. Com o argumento de que até
2020 o conhecimento no mundo será dobrando a cada 80 dias. É só
uma confusão, pois ele está confundindo conhecimento, com
informação. Conhecimento talvez esteja a crescer, mas difícil
dobrar o volume, o que dobra de quantidade são dados de um banco de
dados.
Diz-se também
comumente: sociedade do conhecimento, mas na verdade é sociedade da
informação, de dados e de banco de dados.
A base da sociedade são
os bancos de dados. E a marca do dado, a característica do dado é
a acumulação. Os dados de um banco de dados nos entopem, saturam,
soterram. Quem dispõe de muitos bancos de dados, pode estar entupido
de irrelevâncias.
Informação já
envolve gentes, pessoas. A marca da informação é o veiculo e a
comunicação que a faz circular entre as pessoas. Para se chegar a
informação e preciso tratar os dados. Por exemplo, os gráficos, a
estatística. Tudo que se faz na escola é tratar a informação.
Trabalhar a informação para chegar ao conhecimento. O conhecimento
se faz da informação, que se faz com dados. A vida do banco de
dados depende das pessoas, do conhecimento.
A marca da informação
é a efemeridade, e a efemeridade decorre da fragmentação.
Por isso a informação
é caco, vidro estilhaçado. O jornal de ontem não serve para nada.
A revista do mês passado está jocosamente associada a sala de
espera.
O conhecimento é mais
que isso. O conhecimento se constrói, evolui... não perde validade.
Conhecimento lembra
primeiro teoria, que depois nos leva a compreensão.
Teoria é visão.
Teoria e Teatro tem a mesma raiz grega, mas teoria é a visão que
leva a compreensão. Teoria é uma visão organizada. Que nos faz
entender. Para a educação agir sem teoria, é agir às cegas. A
teoria mesmo que seja tácita, sempre há nela uma visão uma imagem
que orienta, mesmo que seja uma proto teoria.
A escola nunca vai ser
o melhor banco de dados, nem pode competir com a Internet. Nem
significa “tecnologia embarcada” salas cheias de computadores,
ipads, tabletes etc.
O foco da educação
escolar, formal, é o conhecimento.
A primeira escola
politécnica é francesa.
Para desempenhar tal
profissão é preciso estudar tal coisa. Isso está na enciclopédia
pela primeira vez. É o primeiro lugar que se encontra escrito, o
mapa das matérias e das ocupações e suas bases curriculares.
Porque anteriormente a universidade era onde se aprendia a cultura.
De nada vale tanta
tecnologia a disposição se não se tiver nada a dizer.
Há uma enorme
fragmentação. Mas a escola é multidisciplinar, apesar das fracas
interações entre as disciplinas, por isso que depois se cria a
interdisciplinaridade, é tentativa de melhorar.
O fenômeno mais
recente – décadas recentes – é a intra disciplinaridade. Há
disciplinas muito especificas, e de tão especificas, não convivem
com a disciplina de origem, ampla.
Afunilamento não tem
retorno, mas precisa ter conserto.
A busca moderna é a
transdisciplinaridade. Ver alem da disciplina, objetos maiores.
Mapeamento genético é
fundamental, mas Eutanásia pode?
Clonagem pode? Essa
resposta não está no DNA, nos genes, ou no aprofundamento da
pesquisa, há momentos que há de tirar o olho do microscópio para
ver além do pixel, ver a foto, imagem. Essa resposta é
transdisciplinar. Por isso se fala em Bioética.
Há dois tipos de
preocupação. Não se pensa em acabar com a disciplina. É preciso
disciplinar. As disciplinas.
O primeiro currículo
é o Trivium: lógica dialética, a gramática e a retórica, isso
era o trivial. Era falta de civilidade tratar mal a língua. Era
preciso argumentar. E preocupar-se com o outro, a retórica,
convencer o outro, vencer com, junto, com o outro.
Curiosidade: A palavra
'autos' em latim é elevado e profundo.
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