2 de set. de 2012

Autoridade\Educação: Quem põe o guiso no gato?



A Educação é um golpe da Autoridade! Isso assusta cabeças que pensam com o bucho, coração e pele ao responder com a eriçamento da epiderme, o arrepio.
Ao entender-se que a eternidade é tempo, o elétron matéria e pulsos, educação é autoridade e essa educação. Educação\Autoridade autorizada, do contrário a autoridade não autorizada é educação tirânica, nada que não pura corrupção da autorização.
Assim educação remete a ação e coação! Se não vamos a isso.
Hanah Arendt, nos remete à relação educação e ação. Educa + ação.
Há a ação que conserva, como a ação que transforma o fazer próprio do ser humano, fazer com a palavra, com a consciência.
Nos remete também a coação. Ideia inicial de coagir, é inicialmente negativa. Ninguém gosta de ser coagido, soma-se que nem toda coação é legitima. E nesse contexto é que se coloca o conceito de autoridade. E autoridade tem sempre a ver com a ação sobre os outros.
Há nisso ou faz-se um grande mistério. O mistério de compreender qual é a coação legitima?
Se partimos a coisa em: Força, Poder e Autoridade.
A força é coercitiva e é sempre indesejável, todavia nem sempre evitável.
Do latim “Violare”é força e repito, violência é sempre indesejável.
Mas no Estado de direito a força existe, e seu monopólio é do estatal.
Assim e invariavelmente a coerção fora do âmbito estatal é anômala. Entretanto tal anomalia existe nas brechas do estado, por exemplo, a segurança privada. De todos os modos: Ordem, Legalidade e Justiça é função do estado de direito.
No Poder há consentimento, este vem da ameaça, vem da lei, mas mesmo assim posso não achar legitimo, mas sempre há o poder na organização do estado, consequentemente tem força. Não existe o poder que não disponha da força.
Hoje pensar o estado, é pensar a ideia de autoridade, e a coação deve ser legitima, e a legitimidade deve ter o aspecto legal, mas deve alem da legalidade ter o reconhecimento da autoridade. A autoridade que grite: me respeite! Não é autoridade.
A legalidade, pura, é o cadáver da autoridade. A autoridade que se baseia na lei, está morta. Há de haver o reconhecimento da autoridade.
O que leva ao reconhecimento da autoridade como legitima?
A passagem do legal para o legitimo é tema ético, que tentarei tratar noutro momento, entretanto pode-se adiantar alguma coisa, por exemplo, como se a autoridade\educação é a ação sobre os outros, sendo a autoridade válida se consentida, qual a fonte desse reconhecimento?
Uma história da história: Reconhecia-se o rei, porque a autoridade vinha de deus. Isso acabou com a revolução inglesa. Hoje só há simbolismo na autoridade do rei.
Com a revolução francesa, a autoridade real acaba definitivamente, nem simbolicamente ela persistiu. A autoridade foi substituída pelO povo, com a ideia de república. República é Executivo, legislativo e judiciário. É o arcabouço do poder. O poder nascendo do povo, mais que da delegação nasce do processo que leva a autoridade ao poder. E a autoridade é humana.
Mas todas as duvidas pertencem e permanecem nesse reconhecimento.
Há sempre algum tipo de regra da maioria, a eleição. Mas a eleição nunca cria uma autoridade. Um eleição legitima uma autoridade.
O processo eleitoral é meio de legitimar, a autoridade, e se legitima é porque estava presente.
Nesse ponto penso que a ideia de autoridade está diretamente ligada a ideia de autoria. Do latim“Augere”.
Augere é que dá origem à palavra autor. É concomitante que augere quer dizer aumentar. Logo Autor é aumentador. Alguém que cria, e depois da criação o mundo ficou maior do que era, porque agora contem “coisas” que antes não existiam.
E autoridade está, mediatamente, associada ao processo de iniciar, de fundação, aonde os fundadores são as fontes da autoridade. A autoridade dos pais que iniciaram os filhos, que os colocaram no mundo.
O não agir é uma forma de agir. o professor inicia coisa nos outros, por ação ou omissão.
Assim o professor cria, no sentido de iniciar, ele é um inciador, fundador do conhecimento, por exemplo.
Myrian Revault d'Allonnes Le Pouvoir dés Commencements, ensaio sobre a autoridade. O poder dos começos.
Nessa perspectiva, a ideia de autoridade se relaciona diretamente com responsabilidade. “Responsa” é resposta. Responder pelos outros. Quem responde pelos outros antes deve responder por si. Para responder por si, ninguém precisa de autoridade, mas para responder pelos outros, a autoridade é imediatamente necessária, é o mesmo ato. E o si mesmo como um outro, a consciência tem a ver com isso, ser responsável pelas próprias ações.
Assim a autoridade responsável, é pleonasmo. A autoridade é sempre responsável. Mas a autoridade tem limite. Não há autoridade para todos os âmbitos.
A tolerância está ligada a ideia de autoridade. A tolerância pelo que não é responsável, é arrogância.
No âmbito onde se responde, há que haver autoridade, tolerância é um atributo da autoridade.
A crise na educação é crise de autoridade. Franco atirador não é responsável por nada.
Dentro de cada pessoa há um âmbito em que ela é responsável por si, ninguém pode invadir esse âmbito. Há esse fundo insubornável de cada pessoa. É a marca da pessoa. Mexer ali é mudar essa pessoa. Então a pessoa assume a total responsabilidade desse fundo.





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