10 de set. de 2012

A Consciência. em A Ideologia Alemã. por Karl Marx.



A produção da consciência está  direta e intimamente ligada à atividade material e às relações materiais entre os homens; é a linguagem da vida real. As representações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens surge aqui como emanação direta do seu comportamento material. São os homens que produzem as suas representações, as suas ideias. Homens reais, atuantes e como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as formas mais amplas que estas possam tomar, a consciência não pode ser mais do que o Ser consciente e o Ser dos homens é o seu processo da vida real.
Na ideologia os homens e as suas relações nos surgem invertidos, tal como acontece numa câmara escura. Isto é apenas o resultado do seu processo de vida histórico, do mesmo modo que a imagem invertida dos objetos que se forma na retina,  é uma consequência do seu processo de vida diretamente físico. Isto significa que não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam e pensam,  nem daquilo que são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na representação de outrem para se chegar aos homens em carne e osso. Parte-se dos homens, da sua atividade real. É a partir do seu processo de vida real, que  representa o desenvolvimento dos reflexos,  e das repercussões ideológicas deste processo vital. Mesmo os fantasmas correspondem, no cérebro humano, a sublimações necessariamente resultantes do processo da sua vida material, que pode ser observado empiricamente e que repousa em bases materiais.
Assim a consciência perde imediatamente toda a aparência de autonomia, porque não há história, nem desenvolvimento; senão antes os homens, que desenvolvendo a sua produção material e as suas relações materiais, transformam, com esta realidade que lhes é própria, o seu pensamento e os produtos desse pensamento. ,,Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.

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