A
produção da consciência está direta e intimamente ligada à atividade material e às relações
materiais entre os homens; é a linguagem da vida real. As
representações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens
surge aqui como emanação direta do seu comportamento material. São
os homens que produzem as suas representações, as suas ideias.
Homens reais, atuantes e como foram condicionados por um determinado
desenvolvimento das suas forças
produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as
formas mais amplas que estas possam tomar, a consciência não pode ser
mais do que o Ser consciente e o Ser dos homens é o seu processo da vida
real.
Na
ideologia os homens e as suas relações nos surgem invertidos, tal
como acontece numa câmara escura. Isto é apenas o resultado do seu
processo de vida histórico, do mesmo modo que a imagem invertida dos
objetos que se forma na retina, é uma consequência do seu processo
de vida diretamente físico. Isto
significa que não se parte daquilo que os homens
dizem, imaginam e pensam, nem daquilo que são nas palavras, no
pensamento, na imaginação e na representação de outrem para se chegar
aos homens em carne e osso. Parte-se dos homens, da sua atividade
real. É a partir do seu processo de vida real, que representa o
desenvolvimento dos reflexos, e das repercussões ideológicas deste
processo vital. Mesmo os fantasmas correspondem, no cérebro humano,
a sublimações necessariamente resultantes do processo da sua vida
material, que pode ser observado empiricamente e que repousa em bases
materiais.
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