O biênio 2011\12 tem
se mostrado um período rico para quem gosta de explorar esse
terreno, o âmbito da influência mediática, local, regional e
nacionalmente. Mas é, desde logo e a qualquer nível, um
experimento difícil de ser comprovado, porque a pergunta a ser feita
interfere na resposta, posto que ninguém em sã consciência
responde que planejou isso ou aquilo. Primeiro pela possibilidade de
falência do pretendido, antes da total realização da coisa. Depois
pela improbabilidade de haver declarações que negariam a
imparcialidade na narrativa dos fatos. Sendo esta uma característica
– caráter – próprio da nação, o quê deixa somente à
interpretação e o pressuposto virtuoso desta pelo interpretador, se
existir.
Foi notória a
participação da OAB, da ACI seccionais ribeirão-pretanas e do
Jornal A Cidade e da EPTV, sendo os últimos os mesmos.
Uma verdadeira
manipulação de massas, que exigiram a participação popular em
temas como a repaginação do centro – aliás de interesse mais da
elite comercial frente aos que não tem sequer asfalto, esgoto e
água – , da manifestação, outra vez, popular quanto a diminuição
do número – legal diga-se de passagem – de vereadores, fato, e
tem-se que dizer, por meio de uma pesquisa – não questionada por
nenhuns – que mostrou a indisposição dos 'eleitores' em ver a
câmara aumentar sua demografia, e esta suposta 'delegação' de
poderes – via pesquisa estatística – e com ela 'em mãos',
supostamente, negociou-se com a mesma câmara um outro número.
Entendo que negociação
é assim mesmo, eu 27, tu 20, bla,bla, bla... enfim 22 ou 23 sei lá,
mas foi honestidade rarefeita, e tanto foi que os postulantes ao
cargo, sabedores da lei eleitoral, garantirão na justiça eleitoral
a posse dos 27, por fora de prazo, apressada e inconsequente
trambolhoso pacto.
Na sequência dos
fatos via 'panelaço', movimento 'pseudo-popular' – poucos
estudantes, por sinal, com lideres, sim, e os vi na câmara
exercendo-a, tanto que hoje buscam na mesma câmara seus assentos, e
não custará ver algum deles lutar pelas vagas negociadas! –
buscou-se a reversão do aumento de subsidio auto impostos pela
vereança.
Uma manobra cuja
pedagogia, terrível, ajuda solidificar a ideia de uma suposta
separação entre o cidadão e a vida política, e esse tiro sempre
sai pela culatra como veremos. O contrário disso deveria ser a
afirmação de que somos “Zoom Politikom” como quis o grego.
Mas os liberais e
conservadores, mais que ninguém, têm ojeriza às grandes
manifestações, por incontroláveis, sempre as forjam dentro do
limite claro do controlável, da verossimilhança, aliás a base de
muitas atividades nacionais.
Voltando ao biênio,
depara-se, ao longo dele, com a 'indiciosa' ( há que haver termo o
exercício de julgar pelo indício) atividade de questionamento da
gestão da água, com o apelo: do Aquífero Guarani, por que apelo?
Porque a Natureza – jardinagem, paisagismo, me parece ser essa a
concepção de natureza que se tem – e os animais – sempre
domésticos e os domesticáveis, sem ironia - dificilmente podem
ser debatidos sem que isso gere isolamento político. Há um
progressismo obrigatório.
A
gestão da Água em Ribeirão Preto desde muito é problemática por
fatores reais. Um deles é o de a população, apesar de reconhecida
cidade rica, o cidadão é pobre, senão basta observar, ler os blogs
do professor e economista Vicente Golfeto, que está sempre a mostrar
– dados oficiais dos setores da industria e do comércio – que
a média salarial do ribeirão-pretano é inferior à de todos os
municípios extraterritoriais como Franca, Sertãozinho, São Carlos,
Araraquara etc, e dessa maneira a conta de água 'pesa' no bolso do
usuário.
Não
é possível seguir sem incluir no debate a radiofonia, que desperta
as trabalhadoras e com elas, berra impropérios 'contra' o DAERP –
autarquia gestora de água e esgoto – vertido pelas ondas médias
e curtas o mega populismo desses meios, que se de fato tivessem algum
interesse na causa popular, talvez fosse honesto deixar claro – à
massa – que se deve, sim, pagar pelo uso da água e sendo 'cara' a
consequente necessidade de se fazer economia, cuidar dos condutos
etc, mas não é assim, as ondas da radiofonia ribeirão-pretana
espalham a triste ideia de um aparente direito, a qualquer custo, da
boa água do aquífero Guarani. A contradição é notória, mas não
levará a nenhuma antítese, posto que, sintetizada, tais meios de
comunicação houvessem já deixado de existir, como são, sem a
manutenção da ignorância bilateral, que não fermenta nem ideias
nem novas ou velhas, só mesmo o ranço e a ignominia, de cujos se
tomará partido aquele radialista da circunstância; e uma vez
nomeado vereador se envolverá diretamente na questão água, fazendo
daquela população que o elegeu um problema para a autarquia, porque
ali representado, será o interlocutor – palavra bonita –, melhor
seria, despachante entronizado dentro dela, para diminuir e mesmo
suprimir 'contas'. Isso é um vicio para o qual seria necessário
criar a Associação dos Água dependentes Anônimos.
Por
outro lado, há o uso politico do orçamento da autarquia pelo
executivo, quer dizer, do legislativo despachante e pelo executivo em
suas eternas necessidades de criar orçamento, fora do orçamento
anual, muitas vezes engessado pela lei de responsabilidade fiscal. A
necessidade desse uso, é clarividente, mas a legalidade é
discutível. No entanto, nem políticos ou a elite já apresentada
tem algum interesse na discussão profunda da questão.
Pedagogicamente problemática.
No
entanto, a resposta a essas manipulações citadas não tardou a
aparecer, sobejamente. Porque por alvo se houve criar, ou reinventar,
ou na própria linguagem dele, a repaginação do candidato sem
brilho e sem luz própria, com as novas e já puídas e surradas:
“choques de gestão”, que palestrantes fanfarrões distribuem
pelos anfiteatros, sempre verossímil, porque grandes e competentes
empresas dele fizeram uso, mas aqui é só palavra, e as
terceirizações encarecem ao contrario de diminuir custos, e no
lugar de agilizar a prestação do serviço o faz desaparecer, claro,
dentro de uma oferta de qualidade digna.
-
E a massa? Respondeu.
-
O que disse? Não!
Há
uma sabedoria popular sobre a realidade. A massa vive de realidade.
Só sabe ler a realidade nela, que é seu único e gastado livro. Eu
vivo a fantasia, no mundo do discurso, no mundo das ideias, das
artes, da leitura e da cultura.
E
os médias? Os tais suportes têm alem dos meios, poderes e
capacidade de dizer, aliás aquilo que quiserem, e desde de Nietzsche
sabe-se como se constrói a verdade, não a verdadeira, pois é com
poder que se fabrica, e a tinta é o que menos custa. Não que tenha
havido fortes entorses quanto ao soldo e o número de representantes,
mas se percebeu, que não se tratavam exatamente de problemas dele,
povo, ainda que por sutilidade o fosse, por diminuir sua
representatividade e ao mesmo tempo que obriga a um aumento de custo
para se eleger um vereador.
Há,
sem dúvida, aquele 'bem' financiado por quem tem para “dar”, não
tendo a via de mão única é a corrupção. Se se fizer a leitura
razoável, percebe-se o vínculo imediato de uma coisa à outra. Os
que têm acesso ao financiamento 'privado', via doações, e
que-deus-os-ajude; mas os que não têm 'se viram' com as burras
públicas, isso de certa forma, 'obrigatoriamente',
pelasbarbasdoprofeta, como ulula. A menos que a massa abdique de ser
representada minimamente pelos seus, o TRE terá imensos trabalhos.
E
aqueles que têm, ou pensam que têm, a fórmula e até se
'ofereceram' como governo paralelo? Salta aos olhos a dificuldade em
aplicar Machiavel.
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