3 de nov. de 2010

MESOCANAVIÁLIA.


Ao Mestre Golfeto.

Não se trata da morte dos debates ideológicos, sim de supressão temporária, ou se quisermos: um reordenamento de arqueiros e suas flechas utópicas despontadas. Por havê-las lançado contra muro inexpugnável - Este não cai – o das injustiças eternas. Desde já ideologias e debates são instrumentos necessários - não arcabouço mas sim esqueleto - ainda que não suficientes para romper a indignidade fossilizada.
O capitalismo é jogo de vencedor e também de seu pressuposto, o vencido. Há a pieguice de que dinheiro não compra tudo. Que o rico também chora|sofre. Um monte de bobagens que faz parte do pacote. Psicanalise inclusa. O dinheiro compra o que não existe e a abstração disso. E em não havendo aquela ou este, por incapacidade artística, importa da Xauxa ( o país das maravilhas dos Quéchuas ).
Sem medo de falhar, pois axiomaticamente: Sou ação ordinária com direito a voto (redundância exigida) deste todo mercado que falha em mim. Qual Deus está em toda parte e nenhuma. Neste sentido, de nenhuma parte, de ausência, cavo como o inseto drumondiano: mesocanaviália, onde o que funciona é o infra mercado. O que subjaz. O res do chão. As migalhas. O que se junta com a vassoura. As letras miúdas. Sua chalaça. Excetuando a cana e sua cachaça, que adormece em cada ribeirão-pretano a doçura de se sentir um pouco usineiro|capitalista, ainda que pela palha queimada trazida pelo raro nordeste a emporcalhar nossos quintais.

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