11 de nov. de 2010

Futebol. Pébola.

Nosso parto como povo exclui as suas dores. Omitidas, ocultadas; mas nem sempre completamente; para que sem querer possamos de vez em quando fazer de conta que não a vemos. Negamos pai e mãe. Um aborto às avessas. Não somos o índio; por que se o fossemos: seriamos eles e não nós. Nem portugueses somos, por que estes mataram aqueles que seriamos se não houvessem vindo a matá-los. Impedidos de sê-los posto é que morto e assassino na mesma pessoa é o suicida. Por fim o nascimento se deu como abandono. Em meio aos excessos da natureza tropical: verdes matas, rios caudalosos, araras multicoloridas, jacas e bananeiras. Ironicamente o homem a cavalo escolhe as margens de um riacho para gritar: EU DESISTO.
- Pronto! Não o queríamos mesmo, melhor é que não nos queira. A casa virou República e que deus nos acuda, e ninguém quer lavar os pratos. Foi quando Machado de Assis, Ramos de , Arthur e Aluízio Azevedo, Raul Pompeia etc. nos esqueceu Joaquim Nabuco. Depois o Pixinguinha, o carnaval, a semana de 22 desesperadamente inventando Macunaíma, Leônidas o Diamante Negro, Garrincha e Pelé, guiados pelo cego Nelson Rodrigues. Era o caráter da época refletido na garrafa de pinga escondida na caixa de descarga, descoberta por Elza Soares. Da mesma forma que o encanto da arte grega não foi incompatível com a sociedade débil na qual floresceu. Engendrávamo-nos como mito e arte, precários infantis e inventivos. Nossa adolescência , o pragmatismo da auto imposição da maioridade diversamente aceita, é o desenvolvimento da sociedade. Que poderia Capitu frente ao Twiter, Orkut o Blog. E os olhos de ressaca diante da Dany surfistinha! Bentinho diante da Maria da Penha! Nem Apesar de Você, meus olhos já não te seguirão, nem mudarei de calçada, de nada vale, nem que caia as torres gêmeas mito, arte e ruina sobre mim. Pelé depois de Garrincha foi o último mito e o futebol ali foi arte. Parreira é um marco. Maradona, Messi, Ronaldo e Ronaldinho pura realidade e esta é insustentável posto que póstuma.

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