10 de nov. de 2010
De todas as mídias, a imprensa.
A Pexota, na verdade não se chamava assim, ela era a mulher do Peixoto que trabalhava na Subprefeitura de Bonfim Paulista nos anos 70. A mulher do Peixoto, a mulher-do-Peixoto, virou Peixota e depois de perder o marido para o pé-de-pato, dizem quê; perdeu o i e virou Pexota. A Pexota era levada da breca subia e descia a Coronel Furquim, e aos que moravam perto da Paróquia do Bom Jesus do Bonfim falava mal dos que moravam no centro e dos moradores do Canequinha onde ficava o Grupo escolar, que estudei, e vice-versa e nas transversais e paralelas quem falava era ela. Dizem que o Peixoto morreu de congestão. Por culpa dos amigos dizerem a ele que o falatório da mulher era por falta de comparecença. E o pobre foi acometido da congestão logo depois do almoço encima da cama e da Peixota. Ela ainda não tinha perdido o i. Mas há outra corrente. Na verdade boato. Posto que corrente deve tratar de coisas da razão, do pensamento. Mas não sei definir um conjunto de boatos de mesma índole caminhando ao longo do tempo. Pois que seja: boatos a repercutir que o Peixoto morreu quando soube que o Prefeito Duarte Nogueira, também era médico, afinal um homem poder ser mais e a estar enquadrado dentro de limites tão escassos, tanto que o Divo Marino quer prestar homenagem á categoria. Quem sabe o Divo Marino inclua esta história. Hein! Pois então o boato dizia que: O Peixoto amava a estação Ferroviária da Alta-Mogiana, onde era zelador. Era linda, meio-inglesa na verdade, mas linda; seu telhado assentado sobre aquele madeirame cheinho de filigranas, entalhes artesanais; o pé-direito altíssimo, paredes levantas a partir do vermelho-terra dos imensos tijolos, lembraria Londres, talvez. Tive uns meses de aulas ali, por ocasião da reforma do Grupo Escolar Francisco Bonfim. O depósito de café guardava o cheiro das sacarias e suor dos carregadores. A sala do depósito era imensa, couberam todas as classes da escola num mesmo ambiente, não houve separação por paredes, era o inicio da improvisação que mais tarde veio a chamar-se criatividade. Não havendo paredes interagíamos e a régua corria livre solta e a contento. Pelas imensas portas, de madeira maciça, abertas por causa do calor, víamos passar o Peixoto varrendo o porto, sempre parava e apoiando-se o queixo no cabo do escovão nos invejava, e nós o retornávamos, com nossas delicias infantis, bolinhas de papel. Esquecia-me da causa morte. Pois o Peixoto por fazer calar a mulher e os amigos, começou a comparecer várias vezes ao dia, inclusive depois do almoço, e foi aí no calor da luta que Peixota o fez saber que: O prefeito Duarte Nogueira vai construir uma praça em Bonfim Paulista. O prefeito Duarte Nogueira destruirá a Estação da Alta-Mogiana em Bonfim Paulista para em seu lugar... dizem que o Peixoto ainda perguntou a Peixota: O paredão também! Também. A parada dos ônibus de Araraquara também! Também.
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