Nota-se que a tecnologia preferimos retórica. Participei de um processo seletivo. Alguns candidatos falavam em: perfil, pró-atividade, boas práticas de cozinha, segmentação de mercado, programa de qualidade etc. Quando este linguajar seria mais comum ao selecionador. Passada a seleção alguns estamos no mesmo barco; vejo que aquele discurso está dissociado da prática. Algo me diz que o selecionador ouvia o que afirmava o que ele não sabe efetivamente discriminar, mas a única que tem registrado.
A cena do filme dos Cohen é essa. Nicolas Cage é trazido por Holly Hunter perante uma junta|conselho|psicólogos da penitenciária, que ouvem o que queriam: Fui reeducado, não voltarei s a ver-me. O prisioneiro ganha a rua. A cena se repete mais vezes, como pede Milan Kundera, a repetição a fazer humor. O prisioneiro diz o que lhe imploram. Isto mostra que não basta ou não precisa ser do bem, há que se dizer o que se quer ouvir. Arizona nunca mais.
Comumente nos deparamos com brancos de olhos azuis defendendo perante brancos de olhos verdes negros e nordestinos. É o politicamente correto. Defender oprimidos quais sejam é fácil e bem visto. Entretanto no primeiro ato que se faz na direção de mitigar a opressão a coisa toma os mais variados matizes de irracionalidade. Bolsa escola, família, cotas etc.
É certa a relatividade de tudo, no Brasil inclusive a cor da cútis o é. Da mesma forma como o nordestinismo, de alguma forma Ribeirão é o nordeste de Jundiaí e esta de São Paulo, esta o nordeste de Barcelona, e esta o nordeste de Frankfurt, e diante de Bill Gates até Steve Jobs é um loser. Assim deveríamos concluir que somos causa e consequência de nós mesmo moldados como massinha na circunstancia. Mas preferimos concluir que se deve ao outro.
Por tanto, esse nada, nos impede de ser liberais como liberais norte-americanos e ingleses. Pois para isso haveríamos de praticar Kipling e seu poema: O fardo do homem branco. Dizendo a americanos do norte e ingleses seus deveres civilizatórios.
Aguentem o fardo do Homem Branco
—Enviem para a frente o melhor que tenham gerado—
(Take up the White Man's burden—
—Send forth the best ye breed—)
É a retorica imperialista liberal nua e cruel sem matizes; gostemos ou não, a dizer de nós, e como seres inferiores desde a proclamação da republica andamos com o rabo metido entre as pernas. Mas no dia-a-dia continua a intermitente retórica patológica.
A administração de empresas e organizações deu um salto cientifico nos anos setenta, quando por aqui se vivia sob o regime ditatorial. Havia nos quadros da ditadura um homem genial se não estivesse tão mal acompanhado: Roberto Campos, Bob Fields chamávamo-lo, seria equiparado facilmente a Peter Drucker, o guru mundial da administração.
Em Ribeirão Preto atual governo municipal padece do mal da retórica compulsiva. Depois de dois anos fará uma reforma administrativa. Depois de tentar medidas dramáticas, como o giro de capitais provocado pelo giro dos motores. Em síntese “injeta-se” 13.000.000,00 milhões de dinheiros público na promoção de um “evento” e observa-se que 13.000.000,00 foi acrescido à economia local, fazendo de Keynes um verdadeiro charlatão.
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