Penso na vida de
Santiago Nasar,
do romance que leio,
ele morrerá. Às
facas dos Vicários.
Melhor dizendo, ele
já morreu,
mas continuará
morrendo até o: Fim.
É tão diferente de
mim.
Aqui a lua olha para
baixo, de pouco caso,
através das nuvens
dispersas,
sobre a cidade que
vai dormir.
O vento, arrasta
para lá e para cá as folhas da amoreira,
e alguém – quer
dizer, eu – afundado na minha poltrona,
com preguiça
folheio as folhas que faltam,
não há nada a
fazer,
não há 'se' para
ele,
nem luz vermelha,
nem arco-íris,
nem Bayardo San
Roman.
Nem o bispo,
nem as gaiolas de
galinhas guindadas ao bispo,
nem o barco que se
arrasta pesado pelo rio lento.
Tudo chegará ao seu
fim,
como uma chuva, ou
um cheiro de terra molhada pela chuva,
ou a recordação
disso tudo, ou cagadas de pássaros num sonho.
Nem uma voz nos faz
saber
nem vagamente,
nem sem
desesperança,
e chega o final, que
também passa.
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