matheus urenha A Cidade |
Ainda que mal
interpretem o que direi, creio que é bom dizê-lo: “O pior inimigo
de uma mulher não é o homem senão uma outra mulher”. Todavia, é
de justeza recordar, que o referente histórico das desigualdades de
gênero sempre foram os homens, e por isso que surgiu o movimento
feminista, que tinha como a finalidade conseguir a igualdade
política, econômica e jurídica da mulher relativamente ao homem.
Na longa história de desigualdades temos infinidades de exemplos,
alguns por demais dramáticos, e outros que dão a entender até que
ponto a sociedade tinha e tem interiorizada esta desigualdade, tanto
que se pode dizer: se vivia e vive com total naturalidade. É por
isso que práticas atuais voam em céu de brigadeiro, é o caso de
uma empresária que não direi o nome, para não me implicar, pois
não tenho departamento jurídico como ela, eu não posso me
defender, mas eles podem me acusar que focinho de porco é tomada.
Pois esta empresária não é partidária de contratar mulheres com
alguma possibilidade de gravidez, pois é um estorvo, financeiro.
Penso que se venha em algum momento pedir um certificado de
esterilidade, será um passo. Estamos nas antípodas do mundo
civilizado.
Até os anos 70,
havia pouquíssimos professores, elas dominavam esse mercado de
trabalho. Só as mulheres acudiam a ele, por um salário inferior,
que se dizia: o segundo salário da casa, adonde se supõe que era um
‘complemento’ da renda familiar. E por essa e outras, que o
salário na educação é muito inferior a qualquer outra área que
exija nível superior.
É impudico este
país. Sempre aos mesmos, aos membros das castas privilegiadas, dos
que têm bula papal, carta branca, imunidade absoluta para fazer e
desfazer, do pertencimento à grande família dos de sempre, uma
turba que não se move, nem em tempos de ditadura ou em tempos
democráticos. Alguns têm origem na mais pura essência ditatorial,
que se ao menos nos dissesse seu projeto de país, mas não, é um
projeto particular, privado, familiar dentro de um país... nada que
não fosse antes... Pode-se dizer que uma boa televisão, um jornal
impresso etc é muito pouco para um país desse porte, mas não é,
se você for o dono dessa TV, desse jornal... Fala-se demasiado em
mercado, em auto regulação de mercado, mas não temos mercado,
senão que um mercado distribuído em forma de capitanias
hereditárias. Para citar um, a CBF não me deixa mentir...
É por essas e
outras que se vende tanto sofá.
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