10 de out. de 2014

Cidão na cidade das maravilhas. El Pulgatório

Ficaria feliz de ser velho
numa cidade com poucos policiais,

onde a música boa soasse nos beirais,
onde a pintura fosse admirada,
as orquídeas, e os bonsais,
os ipês amados como as cerejeiras,
no japão.
Onde ser criança ou operário,
nada tivessem que ver com tristeza.
Uns dentro de casa, outros na janela fumando
conversas, hospitalidades, como se fossem flores a queimar,
nos dias, poucos, de muita geada.
Uma feirinha de velhos objetos de interesses
inúteis, como restos de um naufrágio
bananas de todos os tipos,
tudo muito e para todos.
Por ela vagaria, sem melancolia, ou melhor
por amor a melancolia,
onde uma velharia,
grande novidade
ainda outro dia encontrada,
como um relógio de pulso,
não fizesse sentido.
Sábios muitos de muitas maneiras,
com guarda-sóis coloridos,

ainda que as casas aninhassem sombras.

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