28 de out. de 2011

Um céu azul vulgar, o mais das vezes,


Um céu azul vulgar, o mais das vezes,
e por outras, solene, de rarefazer
a escrachada luminosidade de nossos dias.
Deram por decrepita nossa passagem.
Chamaram, farrapos, à púrpura gasta de nossos poentes,
ou desbotadas manhãs, de horizontes submersos.
Botaram tédio à flora,
onde era só poeira, que levantou a caravana,
não do tempo, que também passou.
Não de um qualquer camelô de pretéritos.
A massa desafortunada, reavivou,
esqueceu-se dessa imortalidade de vencidos,
levantou o pano do crepúsculo,
 fez iluminar as faces ocultas,
e mirrados pecados derreteram-se,
suplicando que se apagasse o sol.
Tudo é arengar, simples arenga.
A vida nunca semelhou tão exterior,
sem  encontrar pintor,
capaz de botar perspectiva,
senão sombra de tristeza
de espetáculos de interiores.
Trago viva juventude de outrora,
soberana,
preservada a anos, por ciência desconhecida.
Alguma loucura, original e ingênua, êxtase, não sei ainda de quê!
Há uma mulher,
se sou sua cabeleira, e prefiro a nudez do seu rosto
e o roxo de seus lábios iluminados.
Em lugar da frívola vestimenta,
seu corpo,
pois  corpo,
com olhos semelhantes à incomum esmeralda,
não por isso,
pela felicidade que sai  de seu mirar.
Seios erguidos, cheios de eternidade.
Olho-a, por curiosidade, 
não melancolia de vestígios de época nobre,
ou maldita,
a me fazer, ébrio, lacrimejar com olhos extintos,
nos confins daquela glória confusa,
 se obsediei-me do ritmo da sua beleza.

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