Descartes
faz surgir a subjetividade que vai desaguar no capitalismo, melhor
dito, no sujeito, o sujeito é: o homem capitalista, o ser
quase em si. Posso de algum modo dizer que no período medieval
não houve sujeito.
A
construção do sujeito.
Para
isso foi necessário todo um processo histórico entre
outras: o descobrimento da América, Copérnico, Galileu
e Giordano Bruno que questionaram a ordem da teologia medieval.
Fazendo surgir assim em Descartes: o Ergo sum cartesiano:
penso logo existo. É nisso que está interessado
Tiengo Miedo. Por quê? Porque quando Descartes diz: Penso logo
existo, corta a cabeça a Luiz XVI. Pois em treze séculos
de idade média, a história não caminhou,
absolutamente, já que o homem esperava que tudo, o fizesse
Deus, e não fazia nada salvo esperar as promessas divinas. O
que quer dizer isso, senão que o sujeito é ponto de
partida indubitável do conhecimento da realidade.
Anteriormente se alguma ovelha sumia, Deus quis, se alguma ovelha
nascia, Deus quis; era total a nossa mesquinhez em Deus! O sujeito
como ponto de partida para o conhecimento da realidade nada mais é
que a filosofia idealista, e a filosofia idealista parte do “eu”,
latim “id”, para conhecer a realidade. De outra forma: o sujeito
constitui o objeto, isso já é Kant, e Kant não é
fácil. Por enquanto Tengo Miedo fica com os problemas de
Descartes. Em palavras duras: o homem é natureza, mas isso eu
sei que é intangível a Tengo Miedo. Mas Descartes
pensava os problemas do homem natureza, não da natureza
humana. Que é outro problema, e muitos eram os problemas para
Descartes, imaginem que ele queria demonstrar a realidade externa.
Chove! É real? Tem gente que até hoje só
acredita em chuva se molhar sua cadeira de palhinha na varanda, sua
espreguiçadeira. Mas, Descartes se perguntava, se, tudo que
via exteriormente, a ele, era de fato real, se existia realmente, a
chuva, a enchente, a seca, a fome, a peste o pão. Tanto é
que Descartes chegou a imaginar a possível existência de
um ser, genial e maligno, que o enganava. Mas disse que esta coisa
maligna não podia existir, pois Deus devia ser absolutamente
bom, e disse: se vejo essas coisas ai fora, devo confiar na bondade
divina, sendo que a Deus não lhe agrada o engano. E Descartes,
sendo cartesiano, sentiu que devia demonstrar a existência de
Deus. E para demonstrar a existência de Deus, Descartes disse:
Deus existe porque Deus é perfeito, e a ideia da perfeição
está em mim; e se a ideia da perfeição está
em mim, e não fui eu quem a botou em mim, que sou um ser
imperfeito, a tem que haver posto um ser perfeito, e esse ser
perfeito é: Deus.
Politica!
Descartes puxou o tapete mas estendeu uma rede de proteção,
como a um trapezista. Assim que Tengo Miedo reputa a Descartes a
invenção da rede, não do trapézio, qual o
homem se balança de ponta cabeça há muito. Seria
o mesmo que se hoje, decretasse o fim do casamento. Descartes
manteria o Amor vivo – o Amor como rede de proteção
- imaginemo-nos sem! E você não foi ao boteco, no
sábado, por amor! Se Descartes, mataria a religião:
restaria o casamento. No futuro alguém matará o Amor,
claro, e com a morte do Amor desaparecerá o Ódio.
Simples assim, se some a luz, desaparecerá a escuridão.
Difícil? Você não viu nada! Falei antes que, com
seu Discurso do Método, Descartes corta a cabeça de
Luiz XVI, pois este pôs no homem a práxis, e este no
centro do fazer, e no centro da práxis está a história
e a história se acelera com o homem no centro, no lugar de
Deus, que todavia existe, e nisso está a consistência de
um grande filosofo, o que o faz diferir, e, em muito de um
terrorista. A burguesia toma as rédeas da história e em
um curto período de tempo chega ao poder, se levarmos em
conta, que o Discurso do Método é de 1637 e a revolução
francesa é de 1789, é muito pouco tempo, se compararmos
ao tempo medieval, o tempo necessário para que se tome o
poder. Assim, para que se produza o fato fundamental, o assalto da
burguesia ao poder com a tomada da Bastilha e o decapitamento,
bastaram 140 anos. Tudo sem excluir os iluminista. Kant! É um
deles. Espero que Tengo Miedo se ocupe de Kant. Por agora Tengo Miedo
está em: Descartes faz o lançamento da guilhotina, sem
havê-la pensado. Assim como Leibniz ao pensar o binário,
construiu ou iPad, ou antes, quando os estoicos inutilizaram o
sofisma.
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