16 de out. de 2011

Tengo Miedo e a Pia Fraus.


A indignação não é uma consciência cultivada. Ao contrário a indignação nos pega de surpresa. Claro que veladamente, inconscientemente conluiamos com tudo. Afinal fazemos parte do mesmo mundo. Sabemos que se o vestidinho rosa tubinho de malha, coladinho nas curvas, sobe e desce, acabam por mostrar os glúteos, está todo mundo vendo, mas não é para todos, ele tem endereço certo. O que tem a ver o cu com as carças? Tudo! Se todos acabam com vontade de meter a mão, é um avanço de sinal, no mínimo, mas se todos repudiam, é para se indignar. Assim a indignação tem esse susto diante de inopinada surpresa, furtividade, de causar admiração, vir de improviso diante do combinado, te apanha descuidado diante das más artes que te causaram dolo. Está estreitamente ligada a pia fraude. Nietzsche ama a tal da pia fraus, que nada mais é que esse lençol branco que esconde o concreto que existe no fantasma. A bondade é um fantasma, que tem carne e osso, escondidos pela mortalha esvoaçante. O mundo mediático é a concretude das fraudes. Cria-se o fantasma e tudo de seguida se puxa o lençol. Uuuuuuuuuuuu!
Pia é o oposto de ímpio. Pio é o indivíduo compassivo, senhor de mortos e vivos, nosso pai e nosso deus e que disse que “havéra” de voltar quando essa terra pecadora, mergulhada em transgressão, tivesse cheia de violência, de mentira de rapina e de ladrão (Elomar).Cantiga do istradar Cantorias I Elomar. Clique e ouça.
Este é o pathos da indignação. Porque não há mais controle, o descontrole é a regra onde nunca houve controle razoável, nem Sarkozy de direita, ou Zapatero de esquerda, ou Obama de centro,
ou Berlusconi pornô, ou PT corrupto. Não há mais muro para se pousar de indeciso. Haverá um momento que teremos que dizer: NÃO!
Pois é indigno. Desprezível. Vil. Indecoroso. Torpe. Infame. Degradante. Obsceno. Sórdido. Nojento. Sujo. Asqueroso. Sabujo. Avaro. Abjeto.

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