Deus me livre dos paradoxos, mas gosto de saber que o tempo é eterno e sem espanto: relativo.
Que rápido deve ter passado julho para quem estava em gozo de férias, a molecada.
Já quem espera pelo Agosto, num julho sem fim, pelo desgosto das contas, esta sexta 31 não acabava mais, sorte, amanhã é sábado.
O mundo seguirá girando indiferente. Tocará o telefone e uma família feliz, anuncia que chegou quem eles esperavam, é uma linda menina, Laura.
Noutras casas que não esperam notícia alguma, o simples timbre causará uma devastação.
Faço férias em setembro e Agosto teimará em reinar. Abriu mais uma farmácia. Fechou um boteco. É só tristeza, melhor medir o tempo em sóis. Uma noticia, que não impacta mais, mas o Centro continua feio, não tem remédio, a cidade está se mudando para depois do shopping, lá tudo é novo, largo, arborizado, encantado, enquanto o centro caminha para ser o bairro chinês, lei da vida. Lembro quando algum general veio inaugurar aquele viaduto, tinha vasta cabeleira, que penteava de lado e caia sobre os olhos, as leis de Newton passando aqui na frente com um pouco de arrependimentos. Uma vitrine tem seus motivos, a que me vem é enigmática, e me causa medo e não me atrevo perguntar: servia para o quê, porque sua imagem se esvai rapidamente, um para Pedro Pedro para da minha estatura. Uns olhos de vidro numa caixa, uma caixa com bismuto, penicilina, gaze. Como temia a palavra gaze.
Como foi difícil ser moleque ao ver um homem dançando tango com a Elza.
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