De gole em gole.
Íamos de Bonfim a Dumont, de quermesse em quermesse, de gole em gole, de Dumont a Pradópolis, atrás do chapéu mexicano, das quase músicas de altifalantes estridentes, de Pradópolis a Rincão, de Rincão a Cravinhos de cacharrel em cacharrel, e a proto música, parece que sabia... de mocassim e anarruga, de Cajuru a Brodósqui de baile do Havaí a Debutes, entre a multidão, festa da Manga, de Brodósqui a Jardinópolis, o Tema de Lara, quando a juventude era um glorioso clamor do nada. Do nada ao nada, pelo caminho, pelos caminhos, celebrávamos a pura inconsciência ou a consciência de sermos vivos. Na superfície vibrante de todas as coisas, da luz sem luz, da música quase sem música, um eu quase sem eu, e não obstante tão cheio de mim. A procura tão só do quê, afinal, já tem, e se o polir desaparece. Pelos caminhos, cantando aquelas quase músicas, que de tanto, eram antes hinos, tão músicas quanto aos hinos de agora, que já lá estavam prefigurados. Enteléquias que de tanto impostadas ardiam como ferro quente. No meio do meu caminho, sempre haverá uma pedra. Memorável. Para ser memorável tem que ser assim. Ir além da inteligência, coroar a emoção tonta e absurda. As vezes ouço uma canção, sim aquela quase música virou canção, e a pele quase ressuscita àquela da juventude, os ideais, aquelas quimeras, que de tão estúpidas, só podem ser tuas.
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