11 de fev. de 2015

Gente é Para Brilhar....


O mais óbvio é que vivemos numa sociedade que menospreza a transcendência. De outro modo, vivemos na sociedade que exalta a superficialidade. Se aprende desde a mais tenra infância, que a alegria tem a ver com a segunda. Com as facilidades das coisas, a sua espuma imediata e óbvia, que dura tanto como a sua própria efêmera resplandecência.
Por outro lado a tristeza se relaciona com aquilo que transcende qualquer feito. Se alarga espiritualmente, ou de alguma forma simbólica, se explica por meio de algum mistério íntimo que temos que resolver, sentir e explicar.
A morte, por exemplo, é o signo supremo da transcendência, literalmente e metaforicamente, enquanto a vida fácil se coloca exatamente onde luzo, e não além, além e aquém é sombra. A transcendência requer um grande impulso, o supérfluo se conjuga no presente e basta, é mais democrático e transversal.
Não posso esquecer que tudo que faço, penso e sinto tende à transcendência, nem que não queira, já que tudo tem um sentido, ainda que oculto, tudo, tudo mesmo, e mesmo uma ação superficial como ir comprar ou ficar no sofá babando diante da TV. Incluo a promessa politica, também, ainda que não o pareça. O seu não cumprimento implica numa consequência, porque tudo na nossa vida comparte um discurso paralelo, numa realidade mais profunda, não haveria de ser menosprezado o exercício das palavras.
Não fosse aqui, não conceberia viver num cenário de tamanha mesquinharia. Porque não vivo num país minimamente inteligente e sensível. Perdemos todo e qualquer brio, ou jamais o tivemos, e que poderia nos conectar com algo para não sermos o que somos. Vivemos enterrados nas ruínas do que não fomos, justo no momento que parecia que tudo começava. O mais grave de tudo é que, apesar das vexações, querem devastar a esperança, e isso já não nos importa.



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