Um pouco de música
aos amigos.
Está que se acaba
um ano de extraordinária intensidade política, e me parece que o
vindouro o superará. Mas tantas discussões e embates e discursos,
também saturam, um pouco. Vem a gosto esta treva natalina, digo
trégua a tanta loquacidade, vou dar atenção à música, às
palavras, não à letra. Me deixar balançar por elas, que venham só
ou em bandos, leves, batendo asas, e sons, cheiros e cores em enxames
de imagens nômades. Assim, será leve o ano pesado que vem. Como
são leves os anos passados. Deixo a inquietude e o desassossego
para sua hora. Agora a vez da voz do tato num corpo de dunas, onde
meu coração reencontra a coragem da disparada, pelo poente
escarlate que pulsa pelas veias no pescoço avermelhado deste
crepúsculo.
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