11 de dez. de 2014

Água, a sábia


"A alma é, em certo modo, todas as coisas." Disse Aristóteles.

 Mais que pleitear a vida pós-moderna desde a liquidez; do que tanto tem se falado ultimamente, no sentido da fluidez da fugacidade das estruturas sólidas de hoje em dia, também das do conhecimento; a água pode ser o símbolo dessa totalidade sábia, porque é um elemento tolerante, que tem bastante em qualquer forma de recipiente ao qual se adapta, sem predileção especial, sem arestas, sempre cede, se distribui democraticamente, por onde podemos fluir, acalmar-nos refletindo a tranquilidade como autoconhecimento.
Assim o homem sábio não é aquele que sabe, senão o que entende. Entende o mundo, entende o outro, entende a si mesmo. A sabedoria é um estado qual não se necessita saber nada, nem sequer aspirar tal saber, é permanecer no centro do círculo e celebrar cada instante com plenitude e sem ir aos extremos para não cair. É uma aspiração humilde e involuntária.
É chover no molhado dizer que andamos por tempos bicudos, pouco propícios à sabedoria, antes talvez caminhamos com desespero e vertigem rumo à necedade ao disparatado à estupidez, a futilidade, à vaguidade de ideais incongruentes, como estas luzinhas pisca-piscas para enfeitar árvores e jardins.
O sábio deve ocupar seu espaço e se inter-relacionar com o meio pelos sentidos, emoções, sensações, percepções, apreensões e construir um diálogo profundo com o eu, o tu, o ele, a terra, fundado no respeito, que ao fim e ao cabo é o conceito mais alto de conhecimento.


Nenhum comentário: