25 de ago. de 2015

Ter razão, ter sempre razão.



A arte de sempre se ter razão é um folheto que o filósofo* alemão deixou, sem publicar, o que aconteceu mais tarde. É um folheto cheio de engenhos, industrias e ironias, uns conselhos para conseguir que algumas ideias triunfem, apesar de inconsistentes e falseadas, ou simplesmente mancas da perna da verdade.
O princípio que o norteia é a maldade intrínseca do gênero humano. Assegura que se não fossemos malvados, e no fundo fossemos honrados, em cada discussão procuraríamos levar à luz nada mais que a verdade, sem mais preocupação, e nos somaríamos à ela, sem nos preocuparmos se nossa ou de outrem.
São trinta e oito estratagemas para a arte de enganar, de mentir, de enrolar, de fazer parecer aquilo que é verdadeiro, falso, e aquilo que é falso, algo magistral.
A manipulação dos argumentos, ataques ao enunciador, tudo porque ( adoro essa ideia de usar porque como para que) o espectador conclua que você está com a razão e o adversário mente. O importante não é se chegar à verdade, passa longe disso. O que se pretende é provar que o vampiro é o doador de sangue, a vitima? Pois louca!

Recentemente uma velha raposa política de grande peso específico, um que com certeza leu o opúsculo qual me refiro, sentenciava que a presidenta em nome da honradez, renunciasse, por ter seu nome colado a figuras de baixo peso específico. Não basta responder: que honradez por honradez ele estava no mesmo saco. A resposta a ser dada era a de que político melhor avaliado é político enterrado, já não basta ser um morto. O político não vive de si, mas da não vida do outro.    

.* Schopenhauer.     

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