As primeiras recordações se confundem na memória, tão densas, que não sei se minhas ou se de mim por outros. De qualquer forma verídicas, por as ter ouvido nas datas festivas, lembra o dia que sumiu, você aprendera a andar muito cedo, e com um ano saracotiava pelo quintal, eu e teu pai te chamávamos, fomos ao galinheiro, aonde você sempre ao ouvir a galinha cantar ia lá chupar o ovo, teu pai lhe ensinara, um buraquinho e sucção. Fomos à horta, voce adorava comer os quiabinhos tenros colhidos do pé, e não estava lá, foi aí que saiu o grito que assustou até compadre Cassito, desembestei a correr rumo ao ribeirão, e lá estava você brincando na água rasa, quando nos viu em pranto, também se atrapalhou e caiu na água mais forte, teu pai entrou no ribeirão, mas não te alcançou, por sorte, o Armênio estava na beira do córrego e esticou o braço e te pescou. A partir daí, tinha uma bacia grande cheia d'água só para me refrescar. Mantive aquele medo do rio, para mim era sempre o mesmo e queria me levar a jusante. Bem mais tarde aprendi que nem eu e rio eramos os mesmos, mas isso foi muito mais tarde, convém por agora não embaralhar as memórias. Mais tarde Armênio reaparece na história, me ensinaria brigar.
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