21 de ago. de 2015

Agosto, uma encruzilhada.

As vezes fico imaginando o criador enchendo suas rotring (anacronismos à parte) e traçando linhas sem fim por toda parte e em todas as direções. Cada vez que uma linha se cruza com outra, se opera um milagre, fazendo as coordenadas espaço x tempo perderem   seu poder, e uma recordação compartida  te aproxima de tempos remotos e no ermo. E esta casualidade se repete. E tropeça com tantas vidas, que viver o presente é alcançar a tartaruga que Zenão persegue sem sucesso.
Uma tarde de ventos de Agosto, com uma poeira vermelha, infernal, mas este agora, é as linhas cruzadas, e Getúlio se dava um tiro. Jânio renunciava, Juscelino morria na Dutra, Glauber nos deixava com a câmara na mão, Marilyn Monroe, Carmem Miranda,o Enola Gay soltava a solução sobre Hiroshima, Richard Nixon, a URSS invade Praga, pondo fim à Primavera, Hitler pulou Agosto, deixou para o dia seguinte, 1 de setembro, para invadir a Polônia, enfim o massacre de São. Bartolomeu  em Paris. Nasce Fidel.Castro, Morre Trotsky. Morre Nietzsche. Assim que chorar em Agosto é chorar sob a chuva, que em Agosto não cai.

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