14 de jan. de 2015

Liberdade de Non Expressão.


Conhecido principalmente pela sua teoria da sociedade do risco, que considera a atual distribuição dos riscos incapaz de corresponder às diferenças sociais, econômicas e geográficas, próprias da primeira modernidade, e em condições de impor novos perigos disseminados em escala global e de mais difícil controle, o sociólogo alemão Ulrich Beck, disse em algum lugar que se quisessem saber como seria a Europa do futuro, bastaria olhar para o Brasil. Garante que a crise 2007\8 e que dura, botou um peso na balança, desequilibrando o poder no mapa político.
De outra, prospectivamente diz que os novos objetivos – europeus – são conseguir um novo contrato social, de modo a afastar a catástrofe anunciada, e fugir do atual “monstro político” - a Europa alemã – Alemanha, que também caminha para a decadência, pela inviabilidade das suas fronteiras abertas, as suas normas relativas à qualidade dos alimentos e do ambiente, a liberdade de expressão e de imprensa, as suas universidades ligadas em rede e cooperando entre si, a relativa fluidez do mercado de emprego...
Assinaladamente há uma diferença fundamental entre liberdade de expressão e de imprensa. Gerada pela separação entre Sociedade Mediática e Sociedade Civil, esta também enunciadora. Aquela representando interesses próprios, ocasionalmente e aparentemente representando a sociedade civil, mas sempre com interesses próprios. A expressão mais simples da Liberdade de Imprensa é propagandística, se antes ficava claro o que era propaganda e notícia, hoje está claro que tudo é propaganda – há que se dizer, por força de ilusões, que nem tudo é pago em moeda corrente, havendo um intercâmbio “natural” com as várias formas de poder - . Pois é notório, que Sociedade Mediática é sem sombra a dúvidas um conjunto de empresas e corporações cuja mercadoria única é a opinião disfarçada de informação. Longe vai o tempo em que a informação era a mercadoria principal, nos dias que correm as únicas informações ''puras'' – no sentido de isenção de auto interesse – estão no âmbito policial e da fofoca, e fatos corriqueiros do cotidiano mais mundano. Por isso não sabemos a realidade, por exemplo, da questão energética ligada ao petróleo – no âmbito meramente informativo -. Sabemos que a Petrobras perde valor nas bolsas de valores, no entanto esta informação é passada com o vínculo – quase único – da corrupção, e é claro, que não pode ser afastado; no entanto, a crise “energética” é global e o excesso produtivo proposital – crise esta a propósito dos riscos perpetrados pelo próprio sistema, na visão de U. Beck –, sendo que pouco sabemos dos seus reais motivos e propósitos geopolíticos. Por outro lado à Sociedade Civil enunciadora, não legitimada pelos poderes mediáticos “legítimos”, cabe o papel de caçadora de conspirações.


Assim a Liberdade de Imprensa, diria, funda-se na liberdade de não-expressão, negando à sociedade civil as informações reais.

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