Não fui o primeiro
a formular a pergunta. Certeza, fazia gerações que algum pai já a
contestara, quando eu a verbalizei. “ O que há do outro lado?”.
Invariavelmente, os adultos respondiam com uma mistura de certezas e
indiferença: “Minas”. E eu pensava que se me deixassem baixar
pelas serras bravas da Rifaina e e cruzar as corredeiras do
rio Grande, veria que não
haveria nada mais que terra abstrata dos cursos de História, um mundo de diamantes, Tiradentes, Aleijadinho e
sonhos de esmeraldas.
Estava sempre convencido que o mundo era o do presente, e Minas tinha
no passado seu presente e
sua geografia no
mapa 'Mundi' dos livros,
das
aulas da professora Henriette.
Outro
dia me lembrando disso peguei a estrada e fui, cruzei
a ponte e descobri que
Minas estava ali, que o mundo é redondo e não se acaba. É redondo
e dá voltas e onde havia
Minas, agora é Goias, Chile, Oceano... enfim volta à Minas. Umas
Minas Gerais.
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