4 de nov. de 2014

Estamos equidistantes do golpe e da revolução. Há que se fazer boa escolha.

Estamos equidistantes do golpe e da revolução. Há que se fazer boa escolha.


Se para alguma coisa pode servir o que está se passando desde julho 2013, seria para de uma vez por todas, nos darmos conta, que nem a ditadura acabou; nem o império e o escravagismo morreram e foram enterrados definitivamente. Sempre se ressuscita algo. À caserna há sempre alguém desperto. Porque estas estruturas estão enraizadas, somatizadas por todo o território, mais enraizadas, que nós alegres cidadãos pensávamos. E pensar o tanto que nos custou construir a democracia recente, não era para se ver o que se tem visto. Já, por agora, de uns meses cá, com rápidos movimentos, e demolidores gestos, se nos arrastam o véu da inocência, graças sobretudo ao impagável trabalho dos meios de comunicação. O poder podre por natureza, se retroalimenta do seu despudor, tudo em nome do enriquecimento desmedido dos já detentores da fortuna desde sempre, umas quantas famílias que se repartem o botim enquanto nem sequer aceitam que a escória mal viva. E assim sendo, querem que se deprimam , e que se humilhem por uma quimera. Estas gentes que não fizeram mal algum e que se dedicaram a pôr em prática os princípios elementares da convivência e dedicação ao trabalho, agora recompensados com a vexação social e a solidão do impotente.
Entretanto não creia, não tornarão a ser como eram. Ainda que a tal parcela, com princípios bem diferentes, fazem do uso e abuso da posição, contatos, ocultação de bens e prevaricação, sempre atrás de um discurso impoluto, pense bater à porta do céu. Estão ai os tiques da ditadura, da falsa aristocracia, dos estratos de sangue real, de senhores de engenho, de capangas, de novos-ricos, de nova e velha classe média. A arquitetura deste arcabouço é largo, longo e sólido em suas genealogias, e na sua onipresença. Isso que digo se manifesta tanto em palavras, como em fatos, como ainda pouco na Paulista, sem a oposição veemente e necessária, outrossim, com o beneplácito dos meios de comunicação social, dos partidos oposicionistas aliados. Poderia se dizer que quem cala consente,
mas é mais que isso, na verdade contam com sua vênia, em troca de continuarem ‘insuspeitos’ a espreita, para ver que cai da mesa, para então se apropriarem. Mas não creiam, que se não aceites os resultados dessa falácia democrática – a que nos sujeitamos a lustros sem conta – tampouco aceitar-se-á um governo advindo de um golpe. Porque os tempos são outros, por todos os lados. E se olharmos por este prisma, está tão perto um golpe, quanto uma revolução.


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