A memória de seu
tempo.
Não
sou de citações. Pedantismo, o justo. Mas ainda é de sobra, para
o meu gosto. Enfim, não sou de citações, porque prefiro minhas
frases maravilhosas. As vezes têm outra autoria. Outras, são
fragmentos de conversas ouvidas 'por acaso'. Não sei porque a
memória escolhe e recolhe o que lhe convém. Li 18 Brumário algumas
vezes, tantas quanto li 100 anos de solidão, um
de cada vez e
no seu tempo os li pela
primeira vez sem pausa. Dois livros magníficos. A
essas alturas, todo mundo já comeu tomate seco, e não convém que
faça comentários deles. Fico com uma frase que se repete em ambos
os livros. De nenhuma sei a literalidade, ainda que fosse fácil ir
lá ver. A de Marx, o
Carl, cita Hegel que
disse que a história se repete, e aquele acrescenta a esta, que a
primeira vez como
tragédia e depois como farsa. Já a de Marques, o
Gabriel, parece – se me
lembro bem – sai da boca de Úrsula Buendia ( levei anos a
perceber, que 'Buendia'
é Buen dia e é bom dia). Tanto faz se foi Úrsula, suponhamos que
sim: “la vida es como una atracion de feria, que no avanza, sino
que se da las vueltas.” Teimosa e grotesca. Porque a memória é
dos mais velhos.
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